Capítulo 32

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Brad

Janto com Alina num dos meus restaurantes favoritos. Está aí mais uma das coisas que eu não imaginei que poderia fazer somente uma semana depois de me despedir de Natalie com um peso imenso no peito. Depois de nossa noite de aniversário eu achei que no mínimo não devia deixá-la partir sem saber que eu desejo, de todo coração, que ela seja feliz.

Ainda tenho minhas mágoas, especialmente em relação a Logan. Eu não entendo como ela pode dizer que ainda está apaixonada por mim, e ter ficado com outro homem. Então eu me pego com Lina, andando de mãos dadas pela rua, e em como isso começou, comigo tentando remediar o estrago de Natalie na minha vida, e então eu quase a perdoo.

Eu a tratei mal, falei sobre seu passado como se ela fosse ruim por ser dona de si e de seu corpo, sendo que eu mesmo uso sexo para me remendar. A acusei de ter transado com Edward, simplesmente porque ela sempre transou com homens quando quis, fui injusto e cruel com ela também. Fui embora sem deixá-la se explicar, quebrei meu telefone e me escondi dela, impossibilitando que ela me desse sua versão dos fatos por puro orgulho.

Caralho, eu fui um idiota com Natalie.

Todas as vezes que ela partiu meu coração eu terminei na cama com outra mulher e ela continuou voltando pra mim.

Quando eu parti o coração dela, ela terminou na cama com outro homem e eu continuo ferido, magoado, inábil em deixar isso para trás.

Depois eu acho que só ela é egoísta. Eu também sou. Eu também só pensei no que eu queria, quando invadi seu quarto pra me declarar, mesmo depois que ela me recusou tantas vezes, deixando claro que não queria se envolver comigo.

Eu fui intransigente, a querendo tanto que fui capaz até de magoá-la quando ela não me quis.

Provavelmente minha mãe me daria uns belos tapas por isso. Não é o tipo de homem que ela me criou pra ser. Pra não envergonhar a memória da minha mãe eu pedi a Bruno um soy latte e fui me despedir propriamente da bonequinha. E só este chacoalhar de bandeiras brancas entre nós foi suficiente pra eu voltar a sonhar com ela. Só que, como ela mesma me pediu um dia, eu não posso destratar Alina.

A morena tem me socorrido em todos meus devaneios. Eu me agarro nela como se fosse um objeto flutuante qualquer quando estou à deriva. Mas eu sei bem o que é ser tratado como descartável, e por isso não posso deixá-la de lado pra viver vinte dias de uma utopia com Natalie.

Simplesmente não quero ser estapeado espiritualmente por Elena Kensington, a decepcionando como o homem que ela vislumbrava em mim.

Eu nunca tive esta consciência tão clara até alguém maltratar meu coração. É por isso que eu sorrio e beijo a testa de Alina quando ela me olha com uma admiração bem declarada depois do jantar.

– O verão está acabando. – ela lamenta. – Foi o melhor verão de muitos tempos.

Sei que Lina está falando mais do nosso tempo juntos do que do clima infernalmente quente. Neste aspecto, Natalie fez o melhor e o pior verão da minha vida. Sua aparência toda clara e fria se transformou no sol que me aqueceu por algum tempo, na primavera em Santorini, nossas viagens, lugares paradisíacos e a maior inversão de valores que eu já passei na vida. Dobrando-me a romantismos e sentimentos.

Eu sou prático, falo o que quero e aprecio honestidade mas está claro que meu coração não dá a mínima pro que eu acho. Julho partiu minha alma em pedaços.

Em agosto tivemos nossa noite, no aniversário dela e o verão acabou oficialmente com um soy latte de reconciliação e uma promessa de amizade entre nós. Me recrimino pela retrospectiva enquanto estou com Alina nos braços e busco qualquer coisa pra complementar seu comentário, mas ela me interrompe.

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