Capítulo 42

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Brad

A pequena Anna faz caretas e barulhos típicos de bebês, mas eu e Natalie achamos que ela é superdotada, já mostrando sinais de genialidade em qualquer sorriso que ela dá. Adoro ouvir Natalie cantando músicas e conversando com nossa filha, certo de que ela é o melhor que nos aconteceu. A mim porque tive que tomar uma atitude em relação a vida que eu queria e transportá-la da imaginação para a realidade.

À Natalie porque ela cresceu, aprendeu a lidar com seus sentimentos e a deixar de lado a mania de querer saber tudo com antecedência. Um bebê é imprevisível, embora tenha uma rotina, faz com que tudo mude de um minuto a outro, e isso fez Natalie amadurecer muito, embora ela continue bastante dona de todas as situações.

A verdade é que a arrogância dela combina com meu gosto por desafios e todos os dias são deliciosos ao lado dela. Vejo tudo se realizar, inclusive a parte de estar com alguém que vira meu mundo do avesso. Adoro dormir com o corpo de Natalie encostado no meu e acordar enquanto ela enumera as horas que a bebê dormiu ininterruptamente. Amo o sexo que fazemos, ainda mais cheio de cumplicidade e desejo, nos períodos do dia em que escapamos de tudo e todos por alguns minutos.

Eu nunca me canso de beijar minha bonequinha, carregar seu corpo enovelado no meu e ouvir sua voz sussurrante no meu ouvido me dizendo "É só você, Brad.". Eu amo ser dela de um jeito absurdamente delicioso e cada vez mais intenso.

Nenhum de nós dois esquece o motivo de Anna Elena existir. Anna, a avó, é uma preferida declarada da neta. Elas passam horas juntas enquanto a mãe de Natalie conta histórias, canta músicas e a embala com um carinho que eu não achava que existia no mundo. Sinto mais falta da minha mãe quando observo as duas juntas.

A garotinha sorri como se entendesse o teor das palavras na voz doce da avó. Nana, como a chamamos para facilitar as confusões de nomes, nasceu para a avó, realizando seus desejos. Mas ela realizou bem mais que isso, trazendo vida a todos nós de uma forma impressionante. Sorrimos mais, somos mais afetuosos e nossos passeios na praia se encheram de gritinhos estridentes e felizes das descobertas da pequenina.

Nana é temperamental e decidida, seu brinquedo favorito é o burrinho de Santorini que eu trouxe quando busquei minhas coisas em Nova Iorque. É quase como se ela soubesse que foi este o souvenir do tempo que eu e a mãe dela nos apaixonamos.

Natalie carrega Nana para molhar os pezinhos na água da praia e me sento ao lado de Anna para observá-las. Não sei qual de nós dois é mais contemplativo, mas juro que é uma das cenas que mais aquecem meu coração, ver minhas duas bonequinhas juntas.

– Ela tem seus olhos. – Anna sorri acenando para a netinha.

– Acho que se parecem com os meus, mas o resto é todo de Natalie.

– Lamento por isso, não pela aparência, mas, você sabe... – ela ri e em seguida faz uma careta de dor.

– Eu aguento. Está mais do que provado que eu nasci pra sofrer. – brinco abraçando-a. – Obrigado, Anna, por tudo. Por confiar em mim, me trazer pra cá e todas as outras coisas.

– As noites cuidando de Nana pra vocês terem um descanso também não são nada ruins.

– Especialmente isso. – rio com ela.

– Eu que tenho que agradecer, Brad. Ver Naty feliz é tudo que eu queria, e com você ela descobriu uma felicidade que nem achava possível existir.

– Eu também não achava, Anna. Fizemos isso um pelo outro. Nos conhecemos muito antes de qualquer coisa existir entre nós, mas depois de muitos desencontros finalmente nos encontramos de verdade. Ela me deixa louco, em todos os sentidos da palavra.

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