Capítulo 36

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Brad

Passo a noite de Ação de Graças com a família do meu irmão como todos os anos. Weston mora em Bridgeport, uma cidade em Connecticut, a duas horas e meia da minha casa. Ele é corretor de seguros e sempre nos demos bem, mesmo com os cinco anos de diferença de idade entre nós. Sua esposa Izabel me trata com respeito e é uma mulher incrível, médica e cheia de vida. Quando se casaram fui o padrinho mais feliz do mundo. Minha mãe amava a nora e os netos, e por alguma razão eu sempre me sinto à vontade na casa deles.

Deve ser por isso que eu convidei Alina pra jantar conosco, pouco antes de sair do bar e saber que ela passaria a data sozinha. Ninguém deve ficar sozinho no dia de Ação de Graças. É um lema bem antigo da família Kensington, e as horas de viagem com a morena toda desenhada ao meu lado passam bem rápido.

Desde que Natalie se mudou eu tenho tentado realmente me dedicar a um relacionamento saudável, sem altos e baixos extremos e previsibilidade. Depois de alguns porres e muitas conversas com Edward, eu entendo que ser patético não vai aplacar o peso das decisões de Natalie sobre mim. Eu não entro em contato com Natalie, de nenhum tipo. Não tenho o número italiano de seu telefone e apaguei seus e-mails e todas as formas de cair em tentação. Chega de Tom e Jerry. Chega de correr atrás, mesmo que ela tenha me convidado. Simplesmente não dá mais.

Alina nunca soube da minha última noite com Natalie. Aquilo foi uma excessão ao novo Brad que eu quero ser. Ainda estamos juntos, namorando. Lina é linda, radicalmente linda, fazendo ferver meu sangue só num relance das suas íris castanhas e gosta de mim. Ela realmente gosta de estar comigo, embora viva implicando com minha mania de brincar e fazer comentários irônicos.

– Finalmente Brad decidiu trazer alguém para apresentar a nós! – a felicidade de Izabel é evidente assim que abre a porta da casa em estilo neoclássico.

– Bom ver sua carinha bonita, Brad. – Wes aperta minhas bochechas de um jeito que eu odeio. – E é um prazer te conhecer, garota. Achamos que Brad tinha algum problema por estar sempre só.

– Acho que o problema é o oposto. Ele tinha várias opções, fica difícil escolher só uma. – Lina pisca.

– Já gostei dela. – Iza nos puxa pra dentro pra nos livrar do frio.

– Estive guardando a oportunidade de trazer alguém que impressionasse vocês. – brinco e Alina ruboriza.

Ok, isso raramente ocorre e eu não acho que tenha sido um galanteio muito expressivo, mas funciona com ela. Weston faz questão de contar todas as histórias embaraçosas da minha adolescência a Alina, e até meus sobrinhos riem da minha cara. É constrangedor e estranhamente acolhedor. É o tipo de coisa que se faz quando um parente leva alguém pra apresentar à família e parece que Alina está tendo sua capacidade de gostar de mim testada com todos os absurdos que saem da boca do meu irmão.

O jantar delicioso de Izabel e as sobremesas terminam em tempo de voltarmos para Nova Iorque antes da madrugada, e Alina promete retornar um dia.

Antes da loucura toda que este ano foi na minha vida, eu considerava a ideia de Alina ser uma pessoa quase perfeita pra mim. A atração física é genuína e ela é ótima, divertida e inteligente. Edward estava certo quando me disse que eu precisava namorar outra pessoa se quisesse de fato colocar uma pedra sobre meus sentimentos por Natalie.

– Gostou de Wes e Iza?

– Eles são ótimos. – Alina sorri na penumbra do carro. – Isso é algo para agradecer no dia de Graças.

– O que, exatamente?

– Uma família como a deles. – a mão dela segura a minha sobre sua coxa.

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