Capítulo 12

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Brad

Eu até tento conversar qualquer bobagem com as pessoas no bar. Edward e Maryanne parecem entrosados numa conversa amigável. Os dois riem e continuam recebendo cada vez mais pessoas ao redor, ansiosas por mais tempo com Ed fora do ambiente corporativo. Eu tomo mais algumas taças de champanhe até a noite cair, então aproveito que Maryanne se afasta um pouco do grupo e deixo que meu juízo se afaste de mim.

Ela é linda, divinalmente linda. Exatamente o tipo que eu vivo repetindo na minha cama. Morena, alta, com um corpo escultural e cabelos longos. É meu padrão. Mas não consigo vê-la além disso, uma mulher bonita. Exatamente agora Maryanne é meu passaporte para Natalie e é só o que eu consigo pensar.

A verdade é que Natalie quer voltar a ter comigo um relacionamento superficial e provocativo. Mas eu não sei se eu consigo fazer isso. Não depois de vê-la com o que ela chama de "humanidade". Eu a vi triste, a consolei em meus braços, dividi algumas intimidades embaraçosas com ela e a senti nas minhas mãos. Eu não consigo voltar atrás. Todas estas coisas só me fizeram pensar ainda mais nela, desejá-la com mais intensidade. Como ela espera que eu deixe isso de lado para ser um contraponto de gracinhas sem profundidade sobre nosso caráter?

Esfrego o rosto me sentindo nervoso. Pode ser a pior idiotice da minha vida, mas escolho não pensar demais.

– Maryanne. – chamo tocando em seu braço de leve. – Preciso de Natalie. – ela levanta as sobrancelhas. – Falar com Natalie. Falar. Com ela.

Parecer um idiota não ajuda muito, mas Maryanne acha graça na minha confusão de palavras.

– Me dê a chave do seu quarto. – prática, ela me estende o cartão que abre a porta de seu quarto no hotel, simples assim. Troco o cartão com ela.

– Se ela me jogar pra fora eu espero na porta do meu quarto. – brinco para aliviar meu nervosismo.

– Boa sorte. – ela pisca e volta para o pessoal.

Saio quase correndo e o caminho até o hotel parece sem fim. Eu abro a porta e só a luz indireta da varanda está acesa, vou até lá e Natalie parece uma miragem dentro da piscina. Seu corpo alvo reluz pela água. Nua, ela descansa a cabeça na borda e minha presunção me faz pensar que é quase como se ela esperasse por mim. Eu torço como um tonto para que ela estivesse pensando em mim.

Meu corpo queima e meu nervosismo cessa. Eu só quero a boca de Natalie na minha e esquecer toda a conversa sobre quem fomos e o que somos hoje.

Ela fica completamente sem reação quando me enxerga parado fora da piscina, tanto que nem tenta se cobrir, nem mesmo os seios onde a interface da água e do ar brinca divertidamente.

– Antes que você fale algo que me faça sentir inapropriado por estar aqui. – falo abrindo os botões da camisa. – Pensei no que dizer quando chegasse, e são quatro coisas. Um: eu não sou tão ruim. Maryanne está a salvo, com a chave do meu quarto. Eu sei que você não pensa muito de mim, mas eu tenho te dado espaço porque não quero te desrespeitar, então eu não posso ser tão péssimo, não é verdade?

Ela franze o cenho e continua me observando atenta. Eu pensei em todo o monólogo e vou até o fim.

– Dois: eu sou arrogante. O suficiente pra presumir que poderia passar a noite com você, exilando sua amiga. Acontece que esta parte de mim é ruim mesmo, e eu me acho irresistível. Natalie Parker é a única que tem defesas contra mim e isso só aumenta minha vontade de ter você. Eu não consigo mais lutar contra isso. Eu não quero ter uma interação frívola e superficial com você, eu quero te beijar e matar essa curiosidade sobre você que tem me tirado o sono.

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