Capítulo 14

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Brad

Volto ao hotel com Natalie e fazemos a mesma estratégia que usamos para sair. Um vai primeiro, depois o outro, caso algum conhecido tenha ficado para trás, estaremos casualmente andando pelo ambiente, sem entregar que acabamos de explorar nossos corpos em um barco à deriva no mar cristalino grego.

Parece que nossa equipe não voltou da Praia Branca, e é uma sorte imensa, porque posso impedir Natalie de correr de mim, beijando-a no corredor a apenas alguns passos de sua porta. Ela cede preocupada, olhando ao redor, temerosa por sermos descobertos por alguém da empresa, mesmo quando eu disse que não havia ninguém por perto.

– Eu não quero ser vista com você. – ela me solta e anda apressada pelo corredor.

– Você está sendo paranoica, bonequinha.

– Eu convivo há anos com o estigma de ter transado com Edward, mesmo que isso nunca tenha acontecido. – a mágoa é bem evidente. – Você dorme com todo mundo e é o incrível Brad Kensington. Faz ideia de como é pra uma mulher?

Eu não faço. Eu tento entender Natalie, mas não é completamente fácil porque eu sou um homem e fui acostumado a achar que trepar é uma necessidade, um direito e uma conquista. Mulheres precisam lidar com dilemas sobre suas sexualidades o tempo todo. Como se isso só já não fosse uma droga, quando elas conseguem ser bem resolvidas, precisam encarar os julgamentos alheios.

Me lembro do colegial, quando uma garota chorou publicamente porque se espalhou um boato sobre o cheiro de suas partes íntimas após um baile em que ela decidiu ceder a um garoto. Ou então quando eu disse que Regina Trenton beijava mal e a chamaram de boca de peixe por dois anos. Ou então quando rimos de uma menina, cujo nome não consigo recobrar, por ela já ter estado com quase todo time de futebol da escola. O irônico é que eu lembro de seu apelido, Jane Carrossel, porque ela rodava.

Toda essa conversa de Natalie sobre estigmas começa a fazer sentido pra mim. Achava de um preciosismo bobo, mas é a imagem dela, e não a minha, que está sob o holofote.

– Ninguém vai saber de nada, Natalie. – a vejo entrar no quarto.

Acho que é o momento de deixa-la tomar um banho e descansar.

Ela morde o canto da boca pensativa, então estica o braço e me puxa pela camisa pra dentro do quarto. Natalie bate a porta e me beija. Talvez não seja o momento de deixa-la descansar afinal. Ela é insaciável e pode acabar me causando um deslocamento ósseo, uma luxação ou um infarto, mas eu a agarro, já com a boca experiente em conhecer a dela.

– Você disse que se tocava pensando em mim. – o sussurro me provoca e ela abre rapidamente a minha bermuda, deixando-a cair no chão.

– Todo dia. – confesso sem qualquer pudor.

– Quero ver. – ela abre os enormes olhos pra mim e dou uma risada tímida. Como é?

– O que? – ninguém nunca me pediu isso antes.

– Quero ver como você se dá prazer, como você gosta, seu ritmo e como você se pega. – ela tem um ar sexy e curioso ao mesmo tempo e isso me rouba as palavras.

Ela tira minha camisa e me deixa completamente nu no meio da saleta do quarto.

Me sinto ridiculamente exposto e não tenho nem o benfício da penumbra, já que o dia ensolarado parece ainda mais claro com a pintura branca do ambiente. Natalie abraça minhas roupas contra o peito. Chego a achar que ela pode sair correndo com elas como parte de uma brincadeira de seu humor meio sarcástico, mas ela se afasta bem devagar, analisando meu corpo minusciosamente, me fazendo sentir vontade de cobrir pelo menos as partes que ela já até cansou de enxergar em mim.

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