Nota do autor: primeira compilação de O Vlog de Carolina também disponível nos sites Itunes, Barnes & Noble e Kobo. Confira os links na página do meu perfil.
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Quando o elevador chegou no 2° andar, Carolina se viu em um corredor de 6 metros de comprimento, que poderia ser cruzado, de ponta a ponta, em dez passos. No teto, instalavam-se duas lâmpadas de led brancas, enquanto que, na parede da direita, haviam duas janelas de correr, cada qual com uma folha fixa e uma folha móvel, tendo nesta última um puxador de ferro.
Tanto o fim do corredor quanto a parede da esquerda eram, na verdade, divisórias de escritório feitas de gesso acartonado branco, lisas e frias como uma porta de geladeira. Seu miolo era feito de isopor, proporcionando maior isolamento térmico e acústico ao local, e sua espessura, com um total de 10 cm, oferecia resistência a marteladas.
Na divisória da esquerda, erguia-se uma porta preta com maçaneta de alumínio. Estando ela fechada, os ruídos do escritório não chegavam ao corredor. Era um sossego e privacidade possíveis graças a sua instalação especial, supervisionada, anos atrás, pelo arquiteto da própria Landschaft.
Acima da maçaneta, foi instalado o leitor biométrico da fechadura digital. Era programado para mantê-la trancada todo o tempo, liberando passagem apenas aos funcionários ou visitantes autorizados pelo RH. Sua lente, feita com película de silicone transparente, já exibia manchas de gordura, mesmo ainda sendo manhã.
Enquanto Carolina descia do elevador, ouviu a porta se destrancar, abrindo caminho para o corredor. De lá saiu Alice, a gerente de RH, mulher casada de 36 anos que, no momento, carregava um tablet de 10 polegadas e uma caneta digital preta.
Usava blazer social e saia secretária azuis, com uma camisa escura e de gola aberta vestida por dentro, e um pingente dourado esculpido em forma de cruz católica se dependurando do pescoço. Seu cabelo era amarrado em estilo coque, e seus lábios, de cor vinho, foram pintados com batom francês, este comprado numa revendedora online americana e trazido ao Brasil com 60% de imposto.
Quando se deparou com Carolina, Alice sorriu de boca fechada, cumprimentando-a dizendo:
— Bom dia, Carol.
— Bom dia, Alice. Errou o andar hoje?
— Não, não. Só vim perguntar ao Carlos se...
Nesse ponto, ela hesitou. Não sabia como terminar a frase. Ficou olhando para Carolina, muda e de boca aberta, como quem estava prestes a dizer “sinto muito, mas sua casa pegou fogo”.
Carolina, percebendo sua hesitação, e já desconfiando de que o assunto lhe dizia respeito, tomou a dianteira perguntando:
— Estavam conversando sobre mim?
— É, estávamos.
— Era sobre meu emprego?
— Pode-se dizer que sim.
— E os detalhes são... ?
— Bem, diga-me uma coisa.
— Pois não.
— Você... tem feito economia nestes dias? Sabe, para emergências?
— ...
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Novo capítulo no dia 02/07, as 22:00, horário de Brasília.
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O vlog de Carolina e o feriado antecipado no calçadão
HumorQuando Carolina se tornou vlogueira, ela ainda acreditava no poder da honestidade. Achava que isto sempre falaria mais alto, independente da situação. Porém, ela acabou subestimando o maior vilão deste país: a agressividade da opinião pública brasil...