Capítulo 4

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Beth

Eu costumava a gostar da Larissa, nunca fomos amigas, mas eu sempre simpatizei com ela, aqueles longos cabelos loiros nunca me incomodaram, muito menos os olhos azuis, vê-la agarrada a Nicolas no corredor não era nada que um nunca havia visto, ele fazia sucesso com as meninas, sempre aproveitou disso. Não que ele seja um galinha, mas, aproveitava o que podia. Porém passei a detestar aquela vadia. Ah inferno, ela não é uma vadia, mas eu gostaria que ela fosse uma vadia sem coração da qual eu poderia xingar sem me sentir um merda de pessoa, ela não pode ser julgada por olhar para ele daquela forma, meus meninos sempre foram lindos, mas os hormônios masculinos e os músculos começaram a fazer parte deles depois dos 16 anos e de imediato as meninas se apaixonavam por eles, também com mais de 1,80 de altura, cabelos castanho claro, olhos cor de mel, braços fortes um sorriso lindo, tudo isso em dose dupla, é uma visão maravilhosa, eu sempre soube disso. As aulas de educação física se tornaram um desfile de sorrisos, suspiros e flertes. Sempre andei a margem da fama deles, sempre a garota baixa demais e uma cicatriz que cruzava quase todo o lado esquerdo do rosto, desde a sobrancelha até o meio da bochecha. Mas eu nunca me senti irritada em vê-los flertar, até mesmo Lucas gostava de flertar com as meninas, o pentelho acha engraçado vê-las descobrir que não teriam chance nenhuma, no final angariou um harém de amigas, afinal, ele é encantador demais, é impossível odiá-lo.

Não consigo entender o que me faz querer arrancar aquele cabelo loiro da cabeça dela, o que ela é diferente das demais?

Depois da escola estamos sem muito o que fazer, os menores ficam na escola em período integral e já fizemos nossos exercícios do dia, Nicolas é irritante com a coisa de manter o corpo saudável e nos faz passar por uma sessão de exercícios e corrida. Os Alves estão fora de casa durante todo o dia, quando desço do meu quarto encontro os dois na cozinha.

- Recebi o resultado do meu teste de aptidão – Lucas fala assim que apareço na cozinha, ambos estão com bermudas velhas e camisetas de bandas de rock antigas.

- Estão combinando hoje? Geralmente isso não acontece.

- Coincidência – Nicolas me joga uma maçã.

- Qual o resultado? – Pergunto ansiosa, ele meteu na cabeça que quer fazer faculdade de direito. Quase engasguei quando ele nos disse, sempre esperei qualquer coisa como publicidade, comunicação social, jornalismo, mas direito? Nunca em toda a minha vida iria imaginar isso.

- Direito – Ele responde com um sorriso de orelha a orelha.

- Sério? – Nicolas pergunta surpreso – Sério mesmo? Até quem entende acha que você deve fazer direito?

- Sim meu caro – Lucas fala bebendo um gole do seu suco de laranja – Eu só queria ter certeza, agora é estudar para conseguir uma bolsa.

- Podemos pagar o começo dos seus estudos com o dinheiro do seguro – Nicolas fala.

- Eu sei, mas uma bolsa seria bom pra nós, todas as casas que encontramos para alugar perto daqui são caras, uma hora o dinheiro vai acabar e eu quero poder apenas estudar no primeiro ano, dizem que é cruel. – Após a morte dos pais, os meninos herdaram uma grana que garantiu a estadia deles na casa dos Alves, afinal crianças de 9 anos não podem morar sozinhas e a ajuda do governo só é para casos de extrema necessidade, o que não é o caso deles.

- Porque vocês não procuram algum apartamento perto da Marcela? – Falo

- Porque é longe daqui – Nicolas rebate sem me olhar, pois ele sabe a minha opinião a respeito disso.

No alto da colina - Série Perfeição Livro 1 Onde histórias criam vida. Descubra agora