Capítulo 32

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Nicolas

Esperei, mas ela não apareceu ou respondeu minhas mensagens. Quando Lucas, Arthur e eu passamos pela porta da frente da casa de Thomas não encontramos ninguém, o quarto da Elizabeth está vazio, sua mala escondida dentro do banheiro intacta. Desesperado percorro por toda a casa, até chegar ao escritório, encontro uma gaveta jogada no chão, mas vazia. Um brilho no chão chama a minha atenção, ao lado do pé da mesa encontro o celular de Beth, a tela está quebrada e todos os meus medos se transformam em realidade.

Quatro meses se passaram e não conseguimos uma notícia se quer. Eles sumiram sem deixar rastro. Não passo de uma sombra, nada mais me importa, nem a escola que nunca mais frequentei, ou as aulas de fotografia, nada mais tem sentido, a maior dor no mundo é não saber onde a pessoa que você ama está. A morte de alguém precioso te faz sofrer, mas algo no fundo te consola nada de mal poderá acontecer, ela não irá mais sofrer, mas a falta de notícias te corrói por dentro. Não existe nada comparado ao vazio da impotência. Não sei onde ela está, se está bem, se está viva e isso me consome. A sensação de sentir que Beth precisa de mim me faz perder a razão. Antes eu ansiava pelo dia que em que completaria 18 anos, mas a data passou e a única coisa que mudou é que estou no meu quarto, olhando para o teto do meu apartamento, onde moro com meu irmão. Nem a saída da casa dos Alves me fez sentir qualquer coisa, nem a falta das crianças que antes me animavam fez o meu coração bater novamente. Mantenho o celular dela carregado, fico revendo as nossas fotos, nossas longas conversas via mensagens, olho para a tela trincada e busco forças para acreditar que voltaremos a nos encontrar.

No alto da colina - Série Perfeição Livro 1 Onde histórias criam vida. Descubra agora