Capítulo 39

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Beth


Thomas me carrega pelas escadas de uma casa estranha que eu nunca havia visto. Ele corre desesperado. Fecho as pernas para evitar que ele veja o corte. Como eu havia pensado ele não puxou a minha camisola, o sangue o deixou transtornado. Quando saímos para a varanda da casa reconheço o lugar, estamos próximos da casa de onde estávamos morando. Sempre pensei que ele havia me levado para longe, mas não, ele me manteve perto o tempo todo, estive o tempo todo em um quarto subterrâneo de uma casa perto de Nicolas e nunca soube disso.

Com cuidado ele me coloca no lado do passageiro e corre para o lado do motorista, antes de ligar o carro ele se volta pra mim.

- Se você falar alguma coisa sobre o quarto eu vou matar os seus gêmeos tão amados – Me assusto de imediato, ele nunca me ameaçou, nunca havia ameaçado ninguém. – Eu juro por Deus, então fique calada, fale apenas o que precisar aos médicos, não tente fugir.

- Ok – Ele puxa meu maxilar para que fiquemos nos olhando diretamente – Espero que você cumpra a sua palavra, porque se eu perder você, irei perder tudo, então nada mais irá me importar– Ele prende o meu sinto de segurança e liga o carro.

Meu plano é chegar ao hospital e chamar a polícia, mas ele poderá escapar e então eu colocaria a vida dos meninos em perigo. Posso falar da ameaça dele, mas não é garantido que ele não irá conseguir se aproximar dos meninos. Preciso pensar rápido, minha perna lateja demais, posso sentir o sangue escorrendo. Com medo assimilo que o corte foi profundo demais, começo a sentir muito frio e minha visão está meio turva, olho para o chão do carro e vejo muito sangue. Merda! Fiz merda, o desespero me consome, eu posso ter feito a maior burrada e colocado a vida do meu filho em risco. Sem que ele perceba tento pressionar o corte para diminuir o sangramento, mas é inútil.

- Estou indo o mais rápido que posso – Ele fala olhando exatamente para o sangue no assoalho do carro. – Aguente firme que vamos salvar nosso bebê Mônica, nós vamos conseguir – Meu coração dispara ainda mais, ele...ele me chamou de Mônica, Deus, começo a ficar ofegante.

-Mônica – Falo baixo – Meu nome não é Mônica. – Ele se volta para mim e posso perceber nitidamente que ele está em choque.

- Falei Beth.

- Não – Respiro fundo – Você me chamou de Mônica, minha mãe se chamava Mônica – Olho para a estrada e pela primeira vez o terror me controla. Ele pensa que sou a minha mãe? Ele pensa que o meu bebê seria a sua segunda chance, oh Deus.

- Quem é você? – Grito.

- Seu tio Thomas – Ele fala baixo – Sou seu tio Thomas. Estou apenas cuidando de você como meu irmão não pode.

- Mentira! – Grito – Meu pai perdeu contato com meu tio Thomas há anos. Quem é você?

- Beth eu só quero te manter segura – O grito ecoa pelo carro. Batendo os punhos contra o volante, ele está completamente transtornado – Você tem que ficar segura e comigo, posso te proteger não aquele desgraçado. – Ele começa a fazer a volta na estrada que dá acesso ao hospital e entro em desespero – Eu mesmo vou cuidar de você, não precisamos de um médico, eu sempre vou poder cuidar de você.

Desprendo o meu cinto e ignoro a dor pulsante na minha perna, avanço sobre o volante, puxando para o outro lado.

- Eu não vou voltar – Grito me debatendo contra ele que tenta me afastar do volante – Pare esse carro, eu não vou voltar.

- Mônica pare com isso – Ele grita no mesmo instante que o carro anda desgovernado pela estrada, posso sentir o carro perder o controle, quando olho para o para-brisa meus pesadelos voltam a toda velocidade. O carro está descendo uma ribanceira, avança sem controle, alguma coisa nos faz rodar e capotamos duas vezes. Sou lançada para fora do carro pelo para-brisas. A dor do impacto no chão me faz berrar e tudo escurece.

No alto da colina - Série Perfeição Livro 1 Onde histórias criam vida. Descubra agora