Capítulo 7

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Beth

Eu amei a aula com todas as minhas forças, não consigo parar de sorrir, alegria emana de mim, durante duas horas fizemos exercícios de expressão corporal e quando a aula acabou não vi o tempo passar. Arthur é ótimo, fizemos dupla em algumas atividades, me senti muito à vontade com ele, pela primeira vez alguém encarou a minha cicatriz, ou olhou e desviou o olhar, ele simplesmente fingiu que nada estava no meu rosto.

Estou no meio do caminho para casa quando sinto meu celular vibrar, uma mensagem da Marcela.

Má: Oi linda, como foi sua aula? Espero que bem. – Ela é o mais próximo de uma irmã que um dia poderei ter

Eu: AMEIIIIIII.

Má : Ah que maravilha, fico feliz.

Eu : Eu tb

Má : Espero vocês sábado, bjs

A bendita festa da Larissa, um frio corre pela minha espinha e rezo para que dê tudo errado e que não consigamos ir a festa, ou não consigamos as fantasias, ou que uma tempestade deixe a cidade sem luz e não tenha festa nenhuma. Ah merda, estou novamente sendo uma vaca, inferno!

A semana passa voando e quando percebo estou dentro do banheiro da Marcela, olho para a fantasia que amavelmente ela conseguiu e entro em desespero.

- Saí logo daí – Lucas grita da sala – Eu quero ver.

- Eu não vou! – Grito de volta – Sem chance sair assim em público – Escuto risadas da sala e fico mais irritada.

- Pare com isso menina, você vai arrasar nessa fantasia – Marcela grita – Saia daí logo, vocês vão se atrasar – Encaro novamente o espelho e respiro fundo, de onde diabos ela arruou essa coisa? Reúno minhas forças e abro a porta, coloco a cabeça pra fora e por um segundo pisco freneticamente, os meninos estão sensacionais, com o peitoral toda a mostra e os braços também, o que não é novidade para mim.

- Meu Deus Marcela, eu não sabia que você trabalhava em um clube das mulheres ou seja lá onde você conseguiu essas fantasias.

- Que clube das mulheres garota – Ela fala pulando do sofá e vindo em direção a mim, permaneço apenas com a cabeça para fora da porta – Eu trabalhei em um festival da Oktoberfest, todos os funcionários estavam vestidos assim, é meio que típico, os meninos estão sem camisa porque não consegui encontrar, mas fala a verdade eles vão arrasar? Meus meninos estão crescidos que puta merda, vão fazer a alegria das meninas. – A sala vem a baixo com as risadas de todos. Eles estão com calças curtas presas por um suspensório, meias até o meio das canelas e um chapéu típico, está hilário, mas estupidamente sexy. - Quero ver como você ficou – Ela fala me puxa para a sala e sinto que meu rosto vai explodir quando não estou mais protegida pela porta do banheiro.

- Ah garota, eu sabia, linda.

- Uau – Lucas se aproxima de mim – Tá um arraso. Meu Deus! Hoje você arruma um namorado, sem chance de ficar sozinha nessa festa - Os dois não param de falar, mas eu só consigo olhar para Nicolas, ele não abre a boca, simplesmente fica me olhando, não
expressa nenhuma emoção, odeio quando faz isso, geralmente consigo entender o que pensa apenas olhando para seu rosto, mas, em alguns momentos, ele é indecifrável. Olho para o vestido que Marcela me emprestou e fico ciente que está curto demais, um vestido vermelho e preto com a saia rodada e um mini avental por cima, a parte de cima é justa e decotada, as meias vão até os meus joelhos e o sapato de salto preto completa o look. - Nunca vi um festival de cerveja onde a garçonete precise estar vestida assim – Falo analisando mais uma vez o vestido. - Festa de faculdade Beth – Marcela fala enquanto pega as chaves do seu carro velho – Você não tem noção de como os universitários são, eu trabalho em tudo que der para pagar as contas, só não me vendo e faço algo que faça ir pra cadeia, de resto, topo tudo. - Entendo, desculpe, não quis te ofender. - Relaxa – Ela puxa seu casaco do cabide que fica ao lado da porta – Você tá com medo de usar isso na frente dos seus amigos, mas vai por mim, você está gata, muito linda. Vocês vão passar um pouco de frio, mas tudo esquenta quando se tem uma dose de tequila.

- Você não devia falar para não bebermos, não transarmos e ficarmos fora de briga? – Lucas fala se divertindo – Que irmã mais velha é você? - Lucas – Ela puxa seu queixo e encara os olhos dele – Use camisinha, não se meta em briga, mas meu lindo divirta-se, beba com moderação e vai curtir. A vida já tirou muito de nós, está na hora de começarmos a fazê-la pagar. E como fazemos isso? Sendo felizes, vivendo intensamente e mostrando ao mundo que não somos coitadinhos merda nenhuma, então entrem naquela festa e arrasem. – Dessa forma, Marcela faz com que nos abracemos emocionados, ela sabe como é sentir que a vida te tirou tudo, mas juntos a perda dos nossos pais se torna suportável, esquecível nunca, mas suportável.

No alto da colina - Série Perfeição Livro 1 Onde histórias criam vida. Descubra agora