Capítulo 13

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Beth

O policial para o caro em frente a uma casa, cerca de 20 minutos da casa do Alves, é uma casa grande branca, estou tremendo de nervoso. Na hora que a assistente social abre a porta para mim um homem alto com os olhos verdes aparece na porta, ele está visivelmente ansioso.

- Elizabeth – Ele se aproxima de mim – Como você está? – Prefiro ignorar a sua pergunta, como estou? Ele só pode estar de brincadeira com a minha cara. – Eu sei que tudo foi muito de repente.

- Você acha? Sério? – Falo irritada – Não sei nem o seu nome.

- É Thomas – Ele fala sorrindo – Vamos entrar, estou ansioso para te mostrar a casa. – A assistente social veio conversando comigo todo o trajeto, falando de como poderia ser uma segunda chance de viver em família, que ele estava a muito tempo tentando ter contato comigo, tem uma vida estável e se mudou para a cidade apenas para que eu não precisasse mudar de escola no último ano. Minha cabeça está uma confusão.

- Porque agora Thomas? – Falo encarando o homem diante de mim. – Porque depois de tantos anos?

- Estou tentando isso a distância a mais de seis meses Beth.

- E porque você nunca se apresentou pra mim? Você sabe como isso é uma loucura não sabe? Você aparece do nada e me tira de onde eu moro? Com pessoas que eu amo? Meus pais morreram a sete anos, não a seis meses.

- Eu perdi contato com seu pai, depois precisei resolver algumas coisas, depois de um tempo fiquei sabendo o que aconteceu. Decidi voltar quando me senti apto para lutar por você, para cuidar de você, então os Alves dificultaram as coisas.

- E porque será não é?

- É estranho, eu sei, mas não vou te fazer mal, quero que possamos ser uma família.

- Ah meu Deus! – Surto – Você deveria ter tentando ser a minha família quando meus pais morreram em um acidente quando eu tinha 9 anos e fiquei sozinha no mundo, agora que tenho 17 anos e sou totalmente capaz de me cuidar você aparece?

- Eu sinto muito. – Ele fala visivelmente abalado.

- Eu não me importo com o que você sente, eu não te conheço.

- Por isso vamos nos conhecer, eu prometo que só quero o seu bem.

- Meu bem? Eu estava muito bem, basta você me deixar onde eu estava com quem eu estava.

- Você pode trazer os gêmeos para cá quando você quiser, eu não vou te separar dos seus amigos.

- Você não iria conseguir nem se você tentasse, eles são a minha família.

- Eu entendo, mas você estava bebendo e não tem idade para beber.

- Ah pelo amor de Deus! Eu estava em uma festa e tomei duas doses de tequila, você nunca bebeu quando tinha 17 anos?

- Bebi, e bebi muito.

- Então além de sem noção você é hipócrita.

- Eu só usei o que eu tinha em mãos pra ter você comigo Beth, quero ser o pai que meu irmão não pode ser. – Alguma coisa explode dentro de mim.

- Não! – Eu grito – Meu pai morreu! Você não é o meu pai! Nunca vai ser, então não queira tomar o lugar dele!

- Beth ....

- Onde eu vou dormir? – Pergunto ignorando-o.

- Subindo a escada, segunda porta a esquerda. – Subo as escadas enquanto ele fala, abro a porta e bato com força e fecho a tranca. Jogo a mochila na cama, sento no chão e choro. Choro de saudade dos meus pais. Choro por não ter os meninos comigo, choro por não poder puxar Nicolas para mim e me sentir segura em seus braços, choro tudo o que está preso dentro de mim.         

No alto da colina - Série Perfeição Livro 1 Onde histórias criam vida. Descubra agora