Capítulo 42

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Nicolas


- Porque você veio por esse caminho? – Larissa fala olhando para a estrada – Vamos demorar uns 10 minutos a mais. – Ela tem razão, mas quando olhei a bifurcação por algum motivo entrei para a estrada, de alguma forma sei que esse é o caminho que devo seguir.

- Mas que merda é essa? – Larissa grita – Um fantasma, na estrada – Fechando os olhos ela grita novamente – Acelera o caro Nicolas, pelo amor de Deus! – Ao olhar para estrada, forço a minha visão através da chuva, o farol ilumina uma mulher vestida de branco. Meu coração dispara, freio bruscamente, puxo o feio de mão e abro a porta, ignoro os gritos de Larissa que me chama de para que eu volte. Paro em frete ao carro, sinto um tremor percorrer meu corpo, não é o frio por causa da chuva. Olho para os olhos verdes mais lindos do mundo, meu coração começa a bater novamente. Ela parece perceber que sou eu diante dela, quando nossos olhos se cruzam tudo ao meu redor para, não existe chuva, frio, carros, Larissa. Não existe nada.

- Elizabeth! – Grito correndo ao seu encontro. No mesmo momento que minhas mãos se juntam as dela, ela cai nos meus braços. Seus lábios estão roxos, tremendo ela acaricia meu rosto. Entro em desespero quando vejo que ela está coberta de sangue e lama.

- Estou sonhando? – Sua voz ressoa na minha mente, é infinitamente mais doce do que eu me lembrava.

- Não meu amor – Falo puxando-a pra mim – Estou aqui. Por Deus, como eu procurei você.

- Nicolas... Nic eu... – Ela começa a falar e perde os sentido nos meus braços.

- Oh Deus – Puxo Beth passando meus braços sobre suas pernas quando sou atingido pela visão do seu corpo. A camisola está ensopada e se molda a todas as curvas dela, vejo nitidamente sua barriga e meu desespero se triplica. – Beth, amor, por favor fique comigo. – Corro para o carro e encontro Larissa que me olha assustada.

- Deus, é a a...

- Beth! – Grito. Abro a porta de trás e coloco Beth que permanece desacordada. – Larissa, me dê seu casaco – Ele joga para mim e pula para o banco de trás, colocando a cabeça de Beth em seu colo.

- Vai logo Nicolas, ela está gelada demais – Acelero o carro e viro no meio da estrada.

- Nicolas ela está sangrando – Larissa está desesperada – Eu não consigo encontrar o ferimento, não consigo ver de onde sai tanto sangue.

- Eu sei, eu sei. Esfregue as mãos no corpo dela, faça alguma coisa pra aquecê-la, pelo amor de Deus Larissa, aqueça-a. – Ligo o aquecedor do carro no máximo.

- Ok, eu vou fazer .... Ah meu Deus do céu Nicolas! – Larissa grita novamente – Ai meu Deus. Eu acho que, oh Deus, acho que... acho que ela...

- Ela está grávida – Rebato sendo absorvido pelas minhas palavras. Aperto o volante até as juntas dos meus dedos doerem.

- Puta merda, ela está grávida, grávida, não posso acreditar nisso.

- Chega Larissa – Esbravejo, não vou conseguir dirigir com as imagens que atormentam a minha cabeça, não posso aceitar que ele tenha estuprado Beth durante meses, não posso suportar a remota ideia de que minha menina tenha passado tanto tempo sendo abusada dessa forma. Isso irá me destruir e eu preciso ficar firme por ela.

Entro pelas portas da emergência do hospital desesperado, com o amor da minha vida, gelada, sangrando e desacordada.

- Por favor, alguém me ajude – Grito a tempo de ver uma enfermeira correndo em nossa direção com uma maca.

- A coloque aqui, como é o nome dela?

- Elizabeth – Respondo - Ela está – Respiro fundo – Ela está grávida! – A enfermeira volta sua atenção para Beth e empurra a maca por um corredor, passando por uma porta grande.

– Assim que tivermos notícias viremos comunicar. - Tento acompanhar, mas sou impedido pelo segurança.

- Nicolas – Larissa me puxa para trás – Vão cuidar dela – Quando olho para Larissa ela está no celular – Eu já volto, fique aqui eu já volto - Ela se afasta e vai em direção à porta. Desnorteado, sento na primeira cadeira que encontro e pela primeira vez na noite sinto que meu rosto está molhado e não pela chuva.

Estamos na sala de espera e posso dizer, é uma sensação horrível, sei que ela está viva, mas, apenas em pensar que está ferida e nas barbaridades que teve que passar praticamente perco a cabeça. Marcela, Lucas e Arthur estão ao meu lado e não consigo prestar atenção no que eles falam. Marcela se afasta de nós e começa a falar com um médico, quando percebo ela não está mais perto de nós. Por um segundo penso em como ela anda estranha, como nunca mais conversamos e um sinal de alerta grita na minha cabeça. Devo ter deixado alguma coisa passar enquanto a preocupação com Beth assombrava a minha cabeça. Poucos minutos depois o mesmo médico aparece.

No alto da colina - Série Perfeição Livro 1 Onde histórias criam vida. Descubra agora