Capítulo 25

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Beth


Minha cabeça está zumbindo, sinto todo o meu corpo dormente, chego da escola e vou direito para cama, não quero conversar com ninguém. Nicolas me destruiu por dentro, a certeza de que ele mentiu pra mim martela no meu coração, eu o conheço muito bem, sei que conheço. Uma batida na porta me faz pular da cama.

- Beth – A voz de Thomas repercute pelo quarto, ele puxa a maçaneta e abre. Estou confusa, tenho certeza de que tranquei, mas minha mente está tão cansada que ignoro – Eu trouxe o almoço – Ele coloca uma bandeja sobre a mesinha de canto e me entrega um copo de suco de laranja.

- Não estou com fome.

- Eu sei que você não está muito bem, posso ver pelo seu rosto, mas pelo menos beba um pouco, você não pode ficar sem se alimentar. – Pego o copo e dou um gole a fim de fazer com que ele saia do meu quarto. – Melhor, beba pelo menos o suco.

Thomas se aproxima da porta e se volta para mim – Os meninos virão hoje para estudar?

- Não! – De forma alguma Nicolas viria falar comigo, disso eu tenho certeza.

- Você irá para lá?

- Não vou, quero dormir um pouco.

- Tudo bem querida, durma. – Logo depois que ele sai por impulso levanto e tranco a porta, Thomas demonstra em vários momentos que realmente se importa comigo, mas tudo é recente demais, não posso baixar a guarda tão fácil, ele ainda é um estranho pra mim. Ouço barulho de chuva batendo na janela, me ajuda a relaxar, puxo a minha coberta de borboletas e cubro meu corpo, posso sentir o cheiro dele no meu travesseiro. Não posso acreditar que a poucas horas atrás estávamos nos beijando e agora simplesmente não tenho noção do porque ele me rejeitou. Choro, choro até não sentir mais nada.

Meu corpo está dormente, sinto frio, tudo está muito frio, ouço barulho de buzinas e minha cabeça dói, quando olho ao meu redor tudo está escuro. Sinto a chuva molhar meu rosto. Tremo. Meus nervos se contraem e vejo uma luz distante. Preciso alcançar a estrada, dou mais alguns passos e perco o equilíbrio, meus joelhos ardem e sinto minha mão latejar, mas nada importa, eu só preciso chegar até o alto da colina. Preciso chegar até a estrada.

No alto da colina - Série Perfeição Livro 1 Onde histórias criam vida. Descubra agora