Capítulo 31

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Beth


Bebo mais um pouco do chá que Marli me trouxe. Estou inquieta demais para dormir, é madrugada e não consigo relaxar, deixei a minha bolsa pronta escondida dentro do banheiro. Preciso arrumar mais dinheiro para que possamos fugir, as nossas economias são poucas, não iremos durar muito tempo. Espero Thomas ir para cama, depois de algumas horas decido que preciso me arriscar. Ele tem um escritório na parte de baixo da casa, talvez eu consiga encontrar algo que possa nos ajudar.

Desço as escadas sem fazer barulho. Quando passo pela porta vou direito para a mesa do escritório, abro a primeira gaveta e não encontro nada, na segunda tenho mais sorte, encontro um envelope com o nome de Marli, provavelmente o seu pagamento, quando abro encontro uma boa quantia, me sinto mal, mas sei que Marli não será prejudicada. Coloco o envelope no elástico do meu pijama. Ao puxar a terceira gaveta, ela não cede, está trancada. Mas porque ele deixaria o dinheiro em lugar de fácil acesso e trancaria a outra gaveta? A ânsia por descobrir o que ele esconde na gaveta supera o meu receio de não fazer barulho, forço a gaveta com mais força e o móvel range. Congelo por causa do barulho, espero para ver se ouço algum movimento no andar de cima, mas tudo permanece quieto, volto e forço novamente até que ela cede. Abro a gaveta e meus olhos não acreditam no que veem. Fotos minhas, várias fotos, fotos antigas, ainda bebê, nos meus aniversários, depois encontro uma foto da minha mãe, por que inferno ele tem fotos da minha mãe? Começo a tremer e viro o conteúdo da gaveta no chão. Um vidro de remédio rola até o meu pé, meu nome está o rótulo, está praticamente vazio. Sinto tremores por todo o meu corpo, minha visão embaça, as lágrimas molham as fotos. Recordo-me da sonolência dos últimos dias, as tonturas. Burra, como sou burra, ele está me drogando aos poucos.

- Acredito que você esteja mexendo onde não deveria Elizabeth – Desesperada me viro para encontrar Thomas em pé na porta.

- Fica longe de mim! – Grito me afastando dele, uma dormência percorre meu corpo e me deixa confusa – Seu maluco, fica longe de mim – Uma vertigem forte me atinge e preciso me apoiar na mesa para não cair.

- Não vou te machucar, apenas quero te proteger daquele moleque.

- Não...– Tento formar uma frase mas não consigo. Puxo meu celular do bolso, mas a minha visão está embaçada demais, tudo se apaga.

No alto da colina - Série Perfeição Livro 1 Onde histórias criam vida. Descubra agora