Parte 5 - Capítulo 2

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                Christian tenta se concentrar em assinar os papeis, mas sua mente se dispersava a todo momento.

– Christian, precisa manter o foco, filho. – Joaquim o repreende, mais gentilmente do que ele costuma fazer, e Christian assente.

– Desculpa, pai. – Ele força sua mente a obedecer seus comandos e volta para as assinaturas. – Não podíamos ter feito isso antes da apresentação?

– Você teria desistido.

– Realmente. Heitor não passou por nada disso, ele só ganhou o cargo.

– E você ganhou seu pai ao seu lado e alguns documentos pra assinar, então não reclama. – Joaquim diz, e Christian sorri.

– Realmente, eu nem sei o que faria sem o senhor por perto.

– Você se sairia muito bem, acredite. Você nasceu pra isso. Sempre teve facilidade pra essas coisas.

– Obrigado, pai.

– Eu que fui apenas enfiado aqui e não levo o jeito pra coisa.

– Está brincando? – Christian pergunta. – Você é considerado um dos melhores que esse vale já teve. E, se ficasse mais tempo, talvez se tornasse.

– Agora eu que tenho que perguntar: Você está brincando? – Joaquim pergunta com humor na voz. – Eu nunca poderia barrar o seu avô, Henry foi um dos melhores representantes de todos os tempos de todos os vales. Fez coisas inacreditáveis.

– Isso é verdade. Ele e o tio Carlos Lutero são considerado os dois melhores da história.

– E eles foram. Carlos era inacreditável. Ele parecia ter nascido pra isso. Acho que estava no sangue. E eu sempre vi isso, mesmo quando ele era jovem e imaturo. E eu vejo isso em Heitor, via na sua irmã e vejo em você. Vocês nasceram pra isso. Eu nunca levei jeito pra essas coisas. Fazia tudo meio que no automático, seguindo a risca tudo que seu avô Henry me ensinou, mas nunca saindo disso e fazendo mais.

– Você fez muita coisa por esse vale.

– Eu sei, mas eu fiz apenas o que era meu dever. Eu nunca fui além. – Christian assente, sabia que isso era verdade. – E pra ser grande e pra fazer história, um representante precisa ir além. Só que isso nunca foi pra mim, só aceitei porque não sou capaz de dizer não a sua mãe hoje em dia, que dirá naquela época.

Christian ri.

– Isso pode ser realmente verdade. – Christian começa. – Mas o senhor fez muito. Mesmo que não tenha sido algo inovador, cuidou da população como poucas vezes foi feito e a prova disso é que não há uma pessoa que não o ame aqui.

Joaquim suspira.

– E talvez eu até sinta falta. – Ele admite. – Mas é bom tirar esse peso das costas.

– E colocar nas minhas, não é? – Christian diz, sorrindo e voltando a assinar os papeis.

– Genevieve e Bella ligaram de novo. – Joaquim começa, mas Christian finge que não ouviu. – Por acaso está fugindo das suas amigas?

– Claro que não. – Ele responde com um suspiro, mas logo se arrepende de mentir: – Talvez.

– Qual o problema?

– Elas ficam muito preocupada comigo, sabe, por conta da minha separação. – Christian engole em seco e só a menção do assunto o faz ter vontade de chorar. – E elas podem tentar me consolar e eu acho que isso só me faria desmoronar agora e eu não posso desmoronar, preciso focar no meu trabalho.

4 - Sobre Meninas e MudançasOnde histórias criam vida. Descubra agora