Parte 7 - Capítulo 2

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                Christian encara o telefone em suas mãos, o número de Sophia já estava na tela, ele só precisava clicar para discar. Engoliu em seco e, sem nem mesmo pensar se era certo ou errado, clicou. Chamou até cair na caixa postal. Ele pensou em desligar, mas ela veria a chamada dele de qualquer jeito, então talvez fosse melhor se explicar.

– Oi, é o Christian. Faz tempo que não conversamos. Como você tem passado? – Ele aperta os olhos. – Eu sinto sua falta. Eu comecei um projeto agora e tudo que queria era que estivesse ao meu lado. Eu ainda penso muito em você e em nós, a minha vida não é a mesma sem você e meu quarto parece ainda mais enorme sem você. Eu espero que esteja em, pequena, e espero te ver em breve.

Christian desliga o celular enquanto segura a vontade de chorar. Nem teve muito tempo para tentar lidar com isso porque Eleonor logo passou pela porta com uma pasta nas mãos.

Ela caminhou em direção a Christian de uma maneira tão rápida e séria que, por um momento, ele pensou que estivesse indo brigar com ele e engoliu em seco. Logo balançou a cabeça em negativa, estava ficando louco. Ela sempre era séria e fechada, mas ele sempre ficava sem jeito por causa disso.

Naquele dia, Eleonor usava com um vestido longo e florido, o cabelo loiro estava ondulado e tinha uma maquiagem leve em seu rosto. Estava muito bonita, como sempre, e ele teve vontade de elogiá-la, como geralmente sentia vontade de fazer, mas não se sentia a vontade para isso. Tinha medo de soar invasivo ou maldoso ou simplesmente um assediador.

– Eu terminei os relatórios que me pediu. – Eleonor diz e coloca uma mecha de cabelo atrás da orelha. – Sei que me pediu tirar cópias, mas só imprimi uma. Achei que fosse melhor você checar antes.

– Você também fez os orçamentos? – Christian diz, e ela se limita a assentir. – Mas eu te dei ontem de manhã.

– Disse que queria enviar logo para todos os representantes já terem acesso quando estivessem ao Vale Fortaleza. Eu fiz as contas e vi que para chegar até eles antes de viagem, precisaria ser enviado, no máximo, até amanhã. Então passei a noite fazendo. – Ela explica, e Christian arregala os olhos.

– Foi só um comentário, eu não pensei que fosse conseguir.

– Então me deu uma tarefa para eu fracassar? – Ela pergunta, erguendo a sobrancelha.

– Não, não! – Christian responde imediatamente, gesticulando com as mãos. – Eu só nem estava mesmo pensando em enviar de verdade, só fiz um comentário idiota que queria. Sinto muito se fiz você perder uma noite de sono.

– Só fiz o meu trabalho. Você poderia checar? Se estiver tudo certo, eu irei enviar.

– Claro. – Christian diz e imediatamente começa a ler o relatório que ela tinha feito. Ficou abismado quando terminou e percebeu que estava perfeito, exatamente do jeito que queria. – Está incrível, Eleonor! Incrível! Você foi ótima. Obrigado.

– Posso imprimir as copias e enviar, então?

– Agora mesmo. – Eleonor assente, começando a se retirar. – Poderia chamar o meu pai, por favor?

– Posso.

– E só mais uma coisa. – Christian fala, e Eleonor, que já estava perto da porta, para e se vira. – Tem certeza que não quer nos acompanhar ao Vale Fortaleza? Lá é um lugar bonito, você poderia fazer várias coisas e terá várias festas e jantares. São muitos dias de viagem, principalmente porque não vamos de trem, mas talvez seja divertido.

– Você vai precisar do meu trabalho?

– Não exatamente, mas talvez...

– Então não vejo motivo para ir. – Eleonor responde. – Mais alguma coisa?

4 - Sobre Meninas e MudançasOnde histórias criam vida. Descubra agora