Parte 7 - Capítulo 5

6.7K 988 881
                                    


"Quando nós viemos pela primeira vez aqui, nós éramos gelados e éramos claros sem cores em nossas peles, nós eramos transparentes e finos como papel. E quando nós viemos pela primeira vez aqui, nós éramos gelados e éramos claros, sem cores em nossas peles até que nós deixamos o espectro entrar."

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Anabel tinha apenas alguns lapsos de consciência. Eram raros, mas aconteciam com frequência. O primeiro, pelo que ela se lembrava, a fez sentir tanto dor que ela logo adormeceu novamente. Depois, com o tempo, ela começava a perceber as coisas vagamente.

Primeiro: Não estava mais em uma cela, Anabel sabia que deitava em algo muito mais confortável. Segundo: Estava em algum lugar com janelas, ela conseguia ver a luz entrando e as cortinas balançando com o vento. Terceiro: Começou a notar a presença de pessoas. Não sabia quem, mas sabia que não estava sozinha. Além do que, sempre vinha alguém trocar seus curativos.

Quando finalmente despertou por completo, sentia-se quase curada. Abriu os olhos e deixou que eles se acostumassem com a luz do quarto.

– Olá! – A voz que se dirigiu a ela era tão gentil que a fez se sentir ainda mais segura.

Anabel esperou os contornos do rosto da pessoa ficarem visíveis e logo a reconheceu.

– Genevieve!

– Eu espero não decepcionar você. – Genevieve diz. – Acharam que seria bom, quando acordasse, ter alguém conhecido. Sabe, de antigamente. E deduziram que eu era a única amiga que não surtaria. Eu tentei dizer que...

Anabel senta na cama e a abraça.

– Obrigada. – Ela diz e seu coração, de alguma forma, realmente já se sentia mais aliviado.

– Você ficou desacordada por muito tempo, eu estava preocupada. – Anabel se afasta e limpa os olhos.

– Isso geralmente ocorre comigo quando acontece algo grave. Fisicamente ou algo que me abale psicologicamente. Eu, simplesmente, apago. Desde pequena. James diz que é um dom.

– Um dom? – Genevieve pergunte, erguendo a sobrancelha.

– Isso só acontece quando estou segura. Eu apago e só volto quando estou forte o suficiente. É uma forma de me curar mais rápido. – Anabel olha pros lados. – Estamos na casa do Lúcio.

– Sim, eu adorei esse lugar.

– Como eu vim parar aqui?

– Eu não entendi bem essa parte. – Genevieve responde.

– E o que você sabe? – Anabel pergunta, mas lembrou-se de uma coisa ainda mais importante: – Eric já sabe onde eu estou?

– Sim, foi ele que...

– Por que ele não está aqui?

– Ele foi descansar um pouco. Praticamente não saiu quase nenhum segundo desde que tudo aconteceu. Inclusive, me deixou aqui contigo há menos de uma hora.

– Pode chamar ele pra mim? Por favor?

– Claro.

O coração de Anabel começa a disparar assim que Genevieve sai pela porta. Eric não demora muito para aparecer.

– Ana? – Ele chama alguns segundos depois.

Anabel levanta da cama imediatamente, mas suas pernas fraquejam e ela precisa se apoiar para não cair.

4 - Sobre Meninas e MudançasOnde histórias criam vida. Descubra agora