"Quando nós viemos pela primeira vez aqui, nós éramos gelados e éramos claros sem cores em nossas peles, nós eramos transparentes e finos como papel. E quando nós viemos pela primeira vez aqui, nós éramos gelados e éramos claros, sem cores em nossas peles até que nós deixamos o espectro entrar."
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Anabel tinha apenas alguns lapsos de consciência. Eram raros, mas aconteciam com frequência. O primeiro, pelo que ela se lembrava, a fez sentir tanto dor que ela logo adormeceu novamente. Depois, com o tempo, ela começava a perceber as coisas vagamente.
Primeiro: Não estava mais em uma cela, Anabel sabia que deitava em algo muito mais confortável. Segundo: Estava em algum lugar com janelas, ela conseguia ver a luz entrando e as cortinas balançando com o vento. Terceiro: Começou a notar a presença de pessoas. Não sabia quem, mas sabia que não estava sozinha. Além do que, sempre vinha alguém trocar seus curativos.
Quando finalmente despertou por completo, sentia-se quase curada. Abriu os olhos e deixou que eles se acostumassem com a luz do quarto.
– Olá! – A voz que se dirigiu a ela era tão gentil que a fez se sentir ainda mais segura.
Anabel esperou os contornos do rosto da pessoa ficarem visíveis e logo a reconheceu.
– Genevieve!
– Eu espero não decepcionar você. – Genevieve diz. – Acharam que seria bom, quando acordasse, ter alguém conhecido. Sabe, de antigamente. E deduziram que eu era a única amiga que não surtaria. Eu tentei dizer que...
Anabel senta na cama e a abraça.
– Obrigada. – Ela diz e seu coração, de alguma forma, realmente já se sentia mais aliviado.
– Você ficou desacordada por muito tempo, eu estava preocupada. – Anabel se afasta e limpa os olhos.
– Isso geralmente ocorre comigo quando acontece algo grave. Fisicamente ou algo que me abale psicologicamente. Eu, simplesmente, apago. Desde pequena. James diz que é um dom.
– Um dom? – Genevieve pergunte, erguendo a sobrancelha.
– Isso só acontece quando estou segura. Eu apago e só volto quando estou forte o suficiente. É uma forma de me curar mais rápido. – Anabel olha pros lados. – Estamos na casa do Lúcio.
– Sim, eu adorei esse lugar.
– Como eu vim parar aqui?
– Eu não entendi bem essa parte. – Genevieve responde.
– E o que você sabe? – Anabel pergunta, mas lembrou-se de uma coisa ainda mais importante: – Eric já sabe onde eu estou?
– Sim, foi ele que...
– Por que ele não está aqui?
– Ele foi descansar um pouco. Praticamente não saiu quase nenhum segundo desde que tudo aconteceu. Inclusive, me deixou aqui contigo há menos de uma hora.
– Pode chamar ele pra mim? Por favor?
– Claro.
O coração de Anabel começa a disparar assim que Genevieve sai pela porta. Eric não demora muito para aparecer.
– Ana? – Ele chama alguns segundos depois.
Anabel levanta da cama imediatamente, mas suas pernas fraquejam e ela precisa se apoiar para não cair.
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4 - Sobre Meninas e Mudanças
ChickLitLIVRO 4 Sinopse: "Não importa o quanto você ame algo e o quanto tente mantê-lo da mesma forma, nada continua o mesmo pra sempre. As coisas mudam, os amigos vão embora, os amores se vão. Algumas coisas, claro, permanecem, mas não da mesma forma que a...