– Não esqueça o protetor solar e a sua sunguinha.
– Mãe, eu vou a trabalho. Não a passeio. – Christian diz.
– Mas o Vale Esperança está lindo essa época do ano. E não custa nada se prevenir, não é? E se o seu sócio decidir que quer ir à praia?
– Eu o direi para ir sozinho.
– Leve a sunga. – Cristiane diz, agora era uma ordem.
Christian suspira, vai até sua gaveta de cuecas e tira sua sunga. Ele coloca em um cantinho da mala.
– Olha, você está aprendendo! – Cristiane diz, olhando orgulhosa para a mala feita.
– Mamãe, a senhora fez a maior parte do trabalho.
– Ainda assim, é um começo.
– É, é melhor eu começar a aprender a me virar sozinho. A senhora não pode cuidar de mim pra sempre, já estou bem grandinho. – Ele diz com um sorriso.
– E, quando eu não puder, Sophia fará isso.
O sorriso de Christian desaparece e ele encara a mala para não ter que olhar para sua mãe.
– Filho? – Ela chama, e Christian a encara. – Sabe que vai ficar tudo bem com vocês, não sabe?
– Sei. – Christian afirma. – De uma maneira ou de outra.
– O que isso significa?
– Não significa nada.
– Vai mesmo mentir pra sua mãe?
Christian suspira e se aproxima da mala, começando a fechar o zíper.
– Significa que tudo vai ficar bem, não importa o que aconteça. – Ele diz e tira a mala da cama, colocando-a no chão. – Mãe, obrigado por ter me ajudado.
– Filho... – Cristiane começa e segura o ombro dele. – Eu sei que não parece agora, mas o amor sempre vence.
Christian apenas abriu um sorriso que não mostrou os dentes e a abraçou.
– Eu não acredito que meu bebê vai viajar pela primeira vez sozinho como representante. – Ela se afasta com lágrimas nos olhos.
– Eu já viajei sozinho ao Vale dos Lobos.
– Mas não foi como representante, e até hoje eu não sei o que foi fazer lá. – Ela diz, e Christian faz uma careta. – Tudo bem, não vou voltar pra esse assunto. Você cresceu tanto.
– Só um pouquinho.
– Eu queria que sua irmã estivesse aqui.
– Eu também gostaria muito. Eu sinto falta dela. – Christian diz, e mais lágrimas escapam dos olhos de sua mãe. – Agora preciso me despedir dos meus outros irmãos. Onde eles estão?
– A última vez que vi a Abby ela estava procurando o presente que deu a ela para mostrar pra Elly. Quer dizer... Eleonor. Para mostrar a Eleonor.
– Pode chama-la de Elly, mãe.
– De qualquer forma, sua irmã gostou muito do presente. E Henry também gostou do dele, mas Abby... ela estava querendo dormir com aquelas luvas.
– E a senhora não deixou? – Christian pergunta, rindo, enquanto caminha para fora do quarto com sua mala. Sua mãe vai atrás.
– É claro que não deixei, querido, pode assar as mãozinhas dela. – Cristiane diz. – Além do mais, eu estive pensando seriamente sobre isso e sei que teve ótimas intenções, mas será mesmo que é uma boa ideia dar luvas de boxes pra uma criança tão nova?
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4 - Sobre Meninas e Mudanças
ChickLitLIVRO 4 Sinopse: "Não importa o quanto você ame algo e o quanto tente mantê-lo da mesma forma, nada continua o mesmo pra sempre. As coisas mudam, os amigos vão embora, os amores se vão. Algumas coisas, claro, permanecem, mas não da mesma forma que a...