Parte 7 - Capítulo 1

7.6K 1K 1.5K
                                    

Querida sarah212000,

eu tenho guardado esse capítulo pra você desde que me pediu um capítulo em que a Catarina, em algum momento, ficava feliz de verdade e acho que esse é o que ela mais chega perto de fazer isso. Sou muito grata por todo o seu carinho e fico feliz por me acompanhar há tanto tempo. Muito obrigada mesmo, espero que goste muito do capítulo. 

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

                Catarina anda de um lado pro outro, completamente animada. Ela não era muito do tipo que ficava animada ou ansiosa para algo, mas daquela vez estava.

– Algumas horas! Algumas horas! – Catarina diz. – Meu Deus, estou parecendo a Aurora!

– E isso é ruim? – Heitor pergunta, ele estava parado no batente da porta.

O cabelo de Heitor estava molhado e penteado. Ele usava uma calça de algodão e uma camisa no mesmo tecido. Relaxado, muito relaxado, de um jeito que ele só era capaz de ficar quando estava em casa.

O coração de Catarina disparou, mas ela afastou a sensação imediatamente.

– Você lembra de Aurora? – Ela pergunta.

– Vagamente. – Heitor responde. – Sei que ela era a mais animada de vocês, a que mais ria...

– A mais escandalosa. – Catarina completa. – Ela é completamente louca. Não controla seus sentimentos e seus sentimentos geralmente são muitos e muito forte.

– Mas você gosta dela? – Heitor pergunta, confuso.

– Eu a amo, mas isso não muda o fato de que ela é descontrolada.

– E é assim que você está agora? Descontrolada?

– Exatamente.

– Nunca lhe vi assim.

– Eu sei, não dessa forma. Nem eu estou me reconhecendo. – Heitor muda a expressão descontraída apenas por meio segundo, de modo que ela não sabe dizer o que significou. Ele então arruma os ombros e abre um meio sorriso. – Mas isso pelo menos me ajudou a investigar bem mais. – Ela diz, não querendo que o clima fique ruim. – Eu resolvi expandir, não ficar apenas nos registros dos jornais que tinha no livro, então fui atrás de outros.

– Quais? – Heitor pergunta.

– Registros de igrejas e, mais recentemente, hospitais. E eu achei muita coisa, Heitor. – Ela começa. – Muitas mortes semelhantes, mas eu ainda não consegui achar nenhum padrão. Morrem jovens, velhos. Podres e ricos. Nunca mulheres e nem crianças. Morreram homens famosos e influentes e alguns pobres que ninguém conhecia.

– E você tem certeza que é a mesma pessoa?

– Absoluta. – Catarina diz. – Sempre uma facada no coração, sempre jogado próximo aquela vala ridícula que deveria ter sido tampada há anos.

– Fica em um local tão afastado e desabitado, nunca vi motivos pra tampar, mas cuidarei disso.

– Ou não ainda. Pode ser usado como isca para o assassino.

– Bem, sabemos até agora que ele trabalha sozinho, que sabe lutar e que já deve ser um pouco velho pela quantidade de tempo que esses assassinado ocorrem.

– Ou não. – Catarina diz, e Heitor a encara. – Pode ser um legado. Alguém pode ter começado isso anos atrás e parou ou morreu e outra pessoa está continuando agora.

4 - Sobre Meninas e MudançasOnde histórias criam vida. Descubra agora