CAPÍTULO 2

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- A Ana não está com ciúme? – ele perguntou colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha

- Não, ela não é assim. – disse. E mesmo se fosse eu não a conhecia o suficiente para saber isso com certeza, pensei – E eu sou amiga dela, não uma propriedade – disse e ele sorriu – Se vocês não se gostam, porque se importa?

- Você não esquece né? – ele riu divertido

- Digamos que eu sei interpretar sinais... – o olhei

- Eu acho Ma que nem todas as pessoas se dão bem. É isso! Tem aquelas pessoas que você olha e o santo não bate, não tem? – ele perguntou e eu assenti – Então, simples assim, minha energia não é muito bem vinda para os gêmeos e vice-versa – ele sorriu. Passei o intervalo todo com o Rafael. Ficamos rindo e conversando. Logo voltamos pra sala e a Ana virou pra conversar comigo e perguntar sobre o Rafael.

- Não, não aconteceu nada entre nós – disse a olhando – O Rafa é especial, gosto de conversar com ele, de estar com ele, mas não aconteceu nada entre a gente – sorri

- Fico mais aliviada! – ela disse e eu a olhei – Não se esquece de hoje as três em casa, o nosso trabalho com o Matheus – a Ana disse mudando completamente o assunto

- Não esquecerei, estarei lá – disse. Ela me passou o endereço e me explicou na prática como eu faria pra chegar até lá, porque mesmo estando na cidade por um tempo, ainda me considerava nova, e não sei identificar as ruas por nomes. Despedi-me dela e do Rafael e fui andando pra casa, precisava fazer algumas coletas para o trabalho antes de ir.

Estava um pouco frio, e sentia o vento bater com força em meu rosto enquanto ia até a casa da Ana andando. Assim que cheguei fiquei olhando pra ver se era realmente a casa que ela havia passado o endereço. Era tão grande e tão bonita que chegava a assustar. Meus pensamentos foram interrompidos com alguém mexendo comigo.

- Precisa de um babador? – o Matheus perguntou ao meu lado e fiquei sem graça

- É que... É linda não é? Diferente de tudo o que eu já vi pela cidade – disse

- Sim, essa casa é linda, espere até conhecer a casa de praia – ele riu e eu arregalei os olhos, casa na praia? – Essa casa era dos avós da Ana, quando eles morreram deixaram pra mãe dela e eles foram reformando ao longo dos anos. Quando não estava reformada, acredite, ela era bem acabada – ela disse e eu ri.

- Jura? Nem dá pra imaginar – disse

- Os pais deles demoraram um tempo pra reformar, mas agora ela é assim, linda mesmo. Não tem quem não passe na frete e fique de boca aberta – ele disse tocando o interfone. A Ana saiu no portão e nos atendeu.

- Oi – ela me deu um abraço apertado. Ela cumprimentou o Matheus com um abraço também. Entramos e a casa tinha uma garagem enorme, com uma moto vermelha bem grande, e espaço pra três carros. Embora não houvesse nenhum estacionado; e por dentro a casa era realmente bonita, eles tinham bom gosto. Era em tons mais claros, bem aconchegante e transmitia modernidade e paz.. Fomos pra uma mesa e começamos a fazer o trabalho que tomou a maior parte do dia. Terminamos a tardezinha, e ela nos chamou pra comer um pipoca e assistir um filme. O Matheus não pôde, porque tinha um compromisso, comigo ela insistiu tanto que acabei aceitando.

Bernardo narrando:

- Conseguiu entender a matéria agora? – perguntei fechando o caderno

- Mais ou menos, odeio química, e física...

- E todo o resto, eu sei – disse rindo e ela sorriu pra mim docemente. A Fernanda era uma antiga amiga. Confesso, era linda não só por fora, como por dentro também. Ela era uma garota espontânea e quente. Tinha um olhar lindo e um sorriso mais lindo ainda.

Ninguém além de vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora