CAPÍTULO 8

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Narração da Marcela:

- Não sabia que gostava desse tipo de leitura – o Rafael disse

- Tem muitas coisas que você não sabe sobre mim – disse e ele deu um sorriso de lado – Qual é o seu jogo com o Bernardo? – perguntei o olhando

- Não tenho jogo nenhum com ele – ele disse

- Tem! E é um jogo sujo o qual você me usa pra atingi-lo. É também por causa da Paula? – perguntei e ele ficou em silêncio – Mais que porra! – gritei e ele me olhou surpreso. Não era meu tipo falar palavrão, mas eu precisava explodir – Tudo nessa escola gira em torno dessa menina? Que inferno. O meu namorado... Já brigamos tanto por causa dela. Já briguei com a Ana, com a Carol... Tudo pode dar mil voltas, e sempre para nela. Vocês realmente são uns idiotas. Odeio todos por me meterem nesse fogo cruzado sem saída – disse alterada

- Gente, vocês estão em uma biblioteca – a bibliotecária me olhou.

- Quer saber? Esquece – disse pegando minhas coisas e saindo. Fui no pátio e me encostei em uma parede. Eu sentia uma necessidade imensa de chorar, e de dizer que eu sou feita de carne e osso. Não de ferro como eles pensam. As lágrimas foram caindo sem esforço. Senti quando alguém sentou do meu lado.

- Desculpa – ele disse. Abri os olhos devagar – Você me faz lembrar tanto ela, e mais uma vez o Bernardo está no meio. Me perdoa, mas não chora. É que... Eu sei que ela morreu, ou fingiu que morreu, não sei! – ele parecia abatido

- Rafa, se ela é o amor da sua vida, e se ela realmente estiver viva, pode a ter – disse. Seria perfeito, inclusive. O Rafael feliz, eu e Bernardo felizes, fim da história – Eu só não quero fazer parte desse problema de vocês. Quando te conheci, você foi muito bom pra mim e tem se tornado um ótimo amigo, mas com o Bernardo é diferente... Desculpa – disse

- Eu sei, você não tem culpa. Me perdoa de verdade – ele disse como se estivesse pensando em outra coisa

- Tudo bem – disse

- Não vou te desrespeitar, nem te magoar, essa não era minha intenção. Eu sei que você está namorando o Bernardo, mas poderíamos ser amigos? – ele perguntou e eu fiquei em silêncio – Não vejo mal algum em ser seu amigo – ele sorriu

- Tudo bem – disse

- Amigos? – estendeu a mão e eu o olhei desconfiada.

- Amigos! – peguei sua mão e ele sorriu

Bernardo narrando:

Passei a tarde toda pensando sobre os últimos acontecimentos e não consegui chegar uma resposta. A tardezinha tomei um banho e fiquei deitado mexendo no computador, foi quando minha mãe chegou.

- Oi, filho – sorriu e eu a olhei

- Oi – disse e ela me deu um beijo no rosto – Mãe, tem algo que eu não lhe contei – disse e ela se sentou ao meu lado

- O que é? – perguntou

- Estou namorando – disse e ela ficou me olhando, como se processasse a ideia – Mãe? – a chamei e ela piscou

- Quem? – perguntou

- Se chama Marcela, queria apresentar vocês duas – disse e ela permaneceu séria

- Eu... Não quero uma segunda Paula dentro da minha casa Bernardo. Não foi somente você quem sofreu, nós também sofremos por todas as coisas ruins que essa menina trouxe – ela disse

- A Marcela é totalmente diferente, juro – disse e ela respirou fundo

- Podemos fazer algo sábado – ela disse

Ninguém além de vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora