CAPÍTULO 36

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Eu não sabia quais sensações estava sentindo, mas era algo muito bom, era como se eu estivesse completa novamente! Eu sentia uma felicidade louca e indescritível, era algo assustador e puro, ao mesmo tempo. O ter curado, depois de tantas lutas, tantos sofrimentos... Era um presente maravilhoso.

- Ah... – disse o abraçando e ele riu – Amor... Você me assustou!

- Eu sei, desculpa! – ele sorriu alisando meu rosto – Queria te contar sobre isso e uma maneira melhor, inclusive o Bruno estava me ajudando nisso, mas, com os últimos acontecimentos... Bem, achei melhor te contar logo, e te ver bem – ele disse e eu sorri com lágrimas caindo

- Você não sabe como saber isso me deixou bem... Não faz idéia – disse e ele enxugou meu rosto

- Chorona! – ele sorriu me beijando – Não terá um marido inválido! Não te deixarei tão cedo – ele disse e eu ri

- Fico feliz em ouvir isso – disse e escutamos a Vitória chorar

- Eu pego! – ele piscou e foi. Eu coloquei apenas uma camiseta dele e fiquei na cama. Ele voltou com aquele pacotinho, gordinho, chorando, e eu a peguei.

- Oi linda, da mamãe – disse sorrindo

- Demos bem menos atenção a ela, em relação a Júlia – ele disse alisando o rostinho dela e ela fez bico – Minha bolinha dois! – ele riu a pegando e ela o olhou

- Elas são lindas, mas acho a Vitória mais parecida comigo! – sorri

- Isso é obvio, ela é até mais quietinha como você! – ele disse a enchendo de beijos e ela fez bico pra chorar – É difícil acreditar, mas sim, sou pai de duas meninas, já! Beirando os 21 anos! – ele disse

- Passamos muito tempo juntos, né? – sorri – Be, precisamos conversar sobre algo sério!

- Lá vem bomba – ele disse e eu ri

- Bom, é sério mesmo! A Raquel não anda muito legal, ela optou em levar a gravidez adiante e ela corre um sério risco. Em outras palavras, ela provavelmente não agüente o parto! – disse e ele assentiu – Tive uma conversa difícil com ela, ela pediu pra que se algo acontecesse, pra cuidar da bebê deles, e ajudar o Rafa, porque vai ser um momento difícil. Eu sei que você não gosta dele, e...

- Ma, eu entendo! Ele está sentindo o que eu senti quando você teve a Júlia, só que a longo prazo e essa dor eu não desejo nem pro meu pior inimigo! – ele disse e eu o olhei – Espero não te perder pra ele!

- Amor... Ei, não vai me perder – disse sorrindo – Estou orgulhosa de você! – disse e ele sorriu

- Nós amadurecemos! – ele sorriu.

Dois meses se passaram, e posso dizer que foram meses maravilhosos. Ver o Bernardo bem, cuidando e curtindo das nossas filhas, sem dores, sem esquecimentos e sem mudança de comportamento, foram ótimos. Estávamos vivendo verdadeiramente como uma família, ele trabalhava com o pai dele o dia todo e a noite quando ele não tinha nenhum documento pra fazer, ficávamos os quatro juntos.

Por outro lado, foi um mês complicado. A Raquel piorou de uma tal maneira que, ela não recebeu mais alta do hospital. Ficou lá o tempo todo, e o Rafa estava acabado. Estava literalmente acabado. Não o via mais sorrir, não conversava muito, sempre com poucas palavras e me acabava o ver assim.

Nossa família, estava bem. A Miranda ainda me evitava muito, mas conseguíamos conviver. Meu pai e minha irmã estavam sempre em casa, babavam pelas minhas filhas, e isso me lembrava muito o fato de minha mãe nunca poder estar com a gente. Mas logo parava de pensar nisso, era doloroso demais e eu estava evitando sofrimento.

Ninguém além de vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora