CAPÍTULO 11

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O Bernardo iria para a empresa só depois do almoço, então ele havia ido falar com a polícia e com o pai dele sobre o que havia acontecido em relação a Júlia. Eu fiquei deitada na cama com ela, a dando de mamar. Ela ficava toda acesa, e olhava fixamente para mim.

Tomamos banho, eu a troquei, me arrumei e o interfone tocou.

- Oi – disse ao porteiro

- Marcela, uma tal de Paula está querendo subir. Devo deixar? – ele perguntou. Fiquei confusa, mas eu bem que estava querendo tirar a limpo essa história de ela ser a salvadora da Júlia.

- Sim. Manda subir – disse e logo a campainha tocou. Coloquei a Júlia no carrinho, tomei um longo fôlego e abri. Ela estava linda. O pior de tudo é que ela conseguia ser muito bonita e elegante, e eu me sentia péssima com isso, desde que a Júlia nasceu eu não me sentia como antes e sentia que as coisas ficariam ainda mais longe de voltar a ser como eram.

- Olá, Marcela! – ela sorriu irônica e entrou – Oi linda da titia – ela brincou com a Júlia

- Fica longe dela! – disse e ela me olhou

- Não seja ingrata – ele sorriu e se aproximou

- Você não me engana, Paula! Você tem parte nisso! Tenho certeza – disse – Como sabia que o Bruno estava exatamente naquele lugar? – a olhei séria – Você não faz ideia de como eu e Bernardo sofremos pensando que nunca mais veríamos a Júlia – disse com lágrimas nos olhos

- "Você não faz ideia de como eu e Bernardo sofremos pensando que nunca mais veríamos a Júlia"... – ela me imitou e riu – Você é patética sabia? Tem muito o que me agradecer – ela disse

- Você não me engana, Paula. Você pode envolver todos nesse joguinho, mas a mim não – disse – Se você tiver algo com o a Bruno, eu mato você – completei virando um tapa em seu rosto

- Eu não escondo quem eu sou de ninguém, vocês sabem exatamente o que esperar de mim, sempre – ela disse e era verdade. Nada vindo dela me surpreendia, pelo contrário – Já você tem muito a esconder...

- Do que está falando?

- Você por exemplo, sente atração por dois homens ao mesmo tempo e que não – ela disse segurando meu pescoço – Assume que tem uma vontade louca de beijar o Rafael loucamente – ela disse rindo – Ele é ótimo em tudo, acredite! Tem um sexo muito bom! – ela disse sentando no sofá

- Então leva para casa, Paula. Leva, cuida e viva feliz para sempre com o Rafael – gritei irritada

- Olha, se você se irritou é porque realmente quer beijá-lo loucamente – ela disse sorrindo

- Paula, o que você veio fazer aqui afinal? – perguntei

- Dizer que depois de eu ter salvado a pedra preciosa do Bernardo, o fazer voltar para mim será a coisa mais fácil do mundo – ela disse levantando e me olhando. Não sei por que, mas uma lágrima caiu.

- Isso quem tem quem te responderá é ele – disse abrindo a porta – Pergunte você mesma se ele realmente voltaria pra você – disse e ela foi até a porta

- Não duvide em acreditar que sim – ela sorriu e foi embora. Fechei a porta e comecei a chorar, não de tristeza, e sim de ódio. Eu odiava a Paula. Com todo meu coração. Logo me recompus, e fiquei deitada no sofá com a Júlia.

- Ma? – o Bernardo abriu a porta e eu dei um meio sorriso pra ele – O que foi? – ele franziu o cenho

- Nada, só estou um pouco confusa com a noite anterior – disse e ele pegou a Júlia e colocou no carrinho – Te amo, ta? Independentemente de qualquer coisa – sorri e ele me beijou com carinho. Retribuí de imediato e foi um beijo diferente, sentia ele por completo e me entreguei por inteira.

Ninguém além de vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora