A nossa noite foi tranqüila. Desconfio que tenha sido a noite mais tranqüila que tive nesses dias, porque fiquei abraçada ao Bernardo, e não havia coisa melhor. Logo pela manhã do dia seguinte nos despedimos do Felipe e eu dirigi de volta pra casa, já que ele estava com pontos na mão ainda.
Eu estava com receio de como as pessoas me tratariam quando me vissem. Me julgariam talvez? Isso me deixou tensa, e deve ser por esse motivo que eu dirigi calada a viagem toda.
- Chegamos! – disse entrando no estacionamento do apartamento e ele me olhou
- Você está bem? – perguntou ele e eu sorri
- Sim! – disse. Descemos, e a Júlia estava muito chorona. Queria só meu colo, e eu desconfio que é porque ela ficou muito tempo sem ver o pai. Assim que entrei, a casa estava do mesmo jeito. Digo, literalmente. Ele não havia mexido em um copo, estava tudo no lugar – Vou dar um banho nessa gordinha... – disse e ele assentiu. Dei banho nela, coloquei um vestido fresco e fui com ela na sala. Ele falava no telefone, apenas fiz um sinal pra ele dar uma olhadinha nela enquanto eu tomava um banho e ele assentiu.
Tomei um banho e coloquei um vestido bem fino, pois fazia calor. Quando voltei ele ainda estava no telefone, e eu achei estranho. Peguei a Jú, a coloquei no carrinho e fui preparar algo pra comermos. Estava completamente distraída no fogão, quando o senti me abraçar por trás.
- Que susto – disse sorrindo e ele beijou meu rosto
- Está tudo pronto pra nos mudarmos – ele disse e eu assenti – Vamos na sexta!
- Be... Talvez seja melhor ficarmos aqui mesmo – disse
- Não Ma, é melhor irmos. Sobre minha faculdade... Eu mais falto do que vou, então a tranquei faz um tempo. E meu “cargo” na empresa do meu pai, está completamente vago. Lá em Santos, tem uma afiliada da empresa, e vou trabalhar lá. Estava vendo sobre isso e está tudo certo. Começo terça-feira da semana que vem – ele disse
- Bom... Espero que seja bom então! E espero que a Vitória nasça lá – sorri e quando ele foi me beijar a Júlia começou a chorar.
- Ela está meio manhosa comigo – ele a olhou com uma expressão triste e eu alisei seu rosto
- Ela é um bebê, amor. É normal! Pega ela e vai passear lá embaixo no prédio, ela logo vai voltar ao normal – disse e ele a pegou. Ela simplesmente abriu a boca a chorar, mais ainda. Me aproximei e peguei sua mãozinha – Jú... É o papai amor! – disse sorrindo pra ela e ela fez biquinho – O papai ama você, não precisa chorar no colo dele! – disse beijando seu rosto e ele nos observava
- Ela é igual a mim... – ele disse
- Sim – sorri
- Não digo no sentido da aparência... Ela se acalma quando escuta sua voz! Assim como eu – ele disse e eu o olhei
- Be... Eu te amo tanto – disse alisando nossos narizes
- Eu também te amo, minha pequena... Vou passear com a boneca! Quando terminar de cozinhar é só mandar mensagem no meu celular – ele disse
- Esqueci que sua mão está machucada, consegue ficar com ela? – perguntei
- Claro que sim! – ele me deu um selinho e saiu. Continuei cozinhando, e me lembrei que devia ligar pro meu pai e contar tudo o que havia acontecido. Liguei pra ele, e ficamos conversando por tempos. E como sempre ele me apoiou. Terminei de cozinhar e mandei mensagem pro Be, quando estava colocando tudo na mesa, ele entrou com ela. Ela dormia toda encolhida em seu peito e ele parecia radiante por conseguir fazê-la parar.
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Ninguém além de você
RomanceMarcela Cardoso é uma garota de 17 anos que foi criada desde que nasceu pela mãe, Jaqueline, e pelos avós maternos, já que fora abandonada ainda quando no ventre de sua mãe, pelo pai, o qual nem chegou a conhecer. Paulistana de carteirinha, sua vid...