CAPÍTULO 20

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Narração da Marcela:

- Oi amor – a peguei no colo e ela resmungou fazendo biquinho – Estava com saudades da mamãe? – perguntei me sentando e ele foi levar a comida pra cozinha – Linda – disse brincando com ela, mas não adiantou, ela começou a chorar, e berrar – Jú... Calma! – disse levantando e balançando ela

- Marcela, está louca? Carregando peso assim – o Bernardo disse bravo a pegando

- É difícil não pegar ela, principalmente quando ela chora... – disse triste

- Só até você estar fora de risco, amor – ele disse a acalmando – Vem comer! – ele disse indo pra cozinha e eu o segui. Ele havia comprado arroz, feijão, bife e batata frita

- Super saudável – disse rindo e sentando

- Não reclame – disse ele sentando com a Júlia no colo que olhava a batata louquinha pra pegar – Não vou te dar nada, mocinha – ele disse colocando sua comida no prato e ela bateu a mão em cima, se lambuzando toda.

- Filha! – disse a olhando – Não pode fazer assim na comida do papai – disse séria a olhando e ela começou a chorar

- Não precisava ficar brava Ma – ele sorriu a levantando em seu colo – Já que sujou, limpe com a boca – ele disse colocando seus dedinhos gordos na boca dela e ela chupou como se gostasse do gosto.

- Você não presta – disse comendo e ele me olhou

- Eu ou ela? – ele riu

- Os dois. Farinha do mesmo saco – disse rindo. Comemos e enquanto eu arrumava a cozinha ele foi brincar com a Júlia na sala. De repente senti uma tontura muito forte, e me apoiei na pia até me sentir melhor – Calma bebê, fica quietinho aí dentro – disse alisando minha barriga e indo pra sala.

- Tudo bem Ma? – ele perguntou e eu assenti – Está branca, senta aqui – ele disse e eu sentei no sofá

- Preciso marcar uma consulta – disse – Começar o pré natal urgente...

- Vamos marcar essa semana. Amanhã já vou trabalhar, mesmo ela sendo novinha, não acha melhor ela ir pra uma escolinha Ma? Você não pode ficar correndo com ela o dia todo – ele disse

- Ah Be... Escolinha ainda não! A Cida vai estar aqui e ela me ajuda – disse pegando a mãozinha dela – Sábado o papai fica mais velho, amor – disse rindo e ele revirou os olhos – Preparado pra super festa? – brinquei

- Já te disse que não quero... – ele disse bravo

- Eu sei, estava brincando – sorri.

E assim os dias foram se passando, eu estava me sentindo melhor, não tinha notícias se a Paula estava bem, se a doação havia ajudado, e sinceramente não queria saber de nada. Suspeito que o Bernardo havia ido lá algumas vezes, e eu procurava entender, afinal de contas, foi pra salvar a ele que ela tomou a facada, mas nada a tornava isenta de todo mal que já fez.

Na sexta feira eu estava mais animada, eu iria pra minha primeira consulta com a mesma médica que cuidou da Júlia durante a gravidez. O Bernardo havia ido trabalhar, mas viria no almoço pra comermos e irmos pra consulta. Eu levantei, tomei um banho, me troquei e quando fui ver a Júlia ela estava toda arrumada também. A Cida havia cuidado dela, porque o Bernardo pediu que não me deixasse fazer esforço algum, eu achei um exagero, de verdade. Estava grávida, mas não inválida.

A peguei no colo, e fui pra cozinha.

- Bom dia Cida – disse sorrindo

- Oi Ma, tudo bem? – ela perguntou

Ninguém além de vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora