CAPÍTULO 27

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- Raquel... Isso... Não! – disse irritado – Não vou perder você pra essa coisa!

- Não é uma coisa, é nosso filho! – ela disse chorando – Era pra ser um momento feliz e eu estraguei tudo – ela soluçou e eu a abracei – Não fala assim do nosso filho, ele não tem culpa das coisas ruins que eu fiz no passado – ela disse chorando cada vez mais

- Não acredito nisso... Você já foi ao médico? Não podemos fazer nada pra melhorar isso? – perguntei e ela me abraçou mais forte

- Lá em Londres as coisas são muito vagas, eu pelo menos não entendia muitas coisas! Vamos procurar um médico aqui no Brasil, e podemos ver. Eu espero que tenha um jeito para superarmos isso. Meu sonho é ser mãe, seria muita crueldade eu não viver isso – ela disse enxugando o rosto

- Eu estou... Sem palavras! – disse me sentando no banco e passando a mão pelo cabelo – Eu... Droga! Por que nunca nada da certo pra mim? Por que?? – gritei irritado e todos me olharam

- Rafa...

- Não me venha com Rafa... Você não sabe o que é estar no meu lugar! – a olhei furioso

- VOCÊ não sabe o que é estar no meu lugar! – ela gritou de volta

- Não... EU vou ter que ligar com alguma perda de qualquer jeito, Raquel! – disse e ela se aproximou

- A questão não é quem vai sofrer mais, quem vai perder mais... Não quero que ninguém saia machucado, ferido... Cadê o Rafael que eu amo? Ele lutaria comigo até as últimas conseqüências! Vamos acreditar Rafa, vai ser difícil, mas... Nada é impossível! E podemos ser uma família – ela disse muito aborrecida. Eu estava tão desesperado, tão triste, tão... Tudo! A única coisa que eu queria era ter ela, pertinho de mim, sentindo seu cheiro, seu carinho.

A puxei pela cintura e colei nossos corpos. Ficamos nos encarando por alguns instantes, em silêncio, até que eu comecei um beijo bem lento, com muito carinho, com muito amor, como se fosse o nosso último.

- Eu amo você Rafa... – ela disse deitando a cabeça em meu peito

- Eu também te amo, vamos saber lidar com isso, e... Vamos ser uma família! Te prometo, amor – a abracei mais forte e ela respirou fundo.

Narração do Bernardo:

Eu e a Ma havíamos dormido cedo, ela estava indisposta tanto por estar triste pela mãe dela, tanto por estar de sete meses de gravidez. Então eu ajudei a Sabrina a colocar a Júlia pra dormir, e foi um desafio e tanto. Ela só sabia gritar e chorar pela mãe. Demoramos cerca de uma hora e meia, até que ela finalmente dormiu.

Tomei um banho, e deitei na cama. A Ma já estava dormindo serenamente. A observando me dei conta de como eu amo essa mulher, e de como eu jamais poderia amar outra pessoa a não ser ela. A abracei em conchinha e peguei no sono:

“Eu estava em casa. Estava furioso, não acreditava que a Paula teria sido tão baixa comigo ao ponto de se envolver com o Rafael. Eu fui até o inferno nesses dias sem ela. Era complicado. Nós dois éramos complicados. Nunca seríamos um casal normal, isso se um dia chegássemos a ser um casal. Eu me sentia estranho, eu... Além de estar sem ela, eu estava literalmente limpo. Não usava nada a algum tempo. Isso me deixava ainda mais irritado e sem paciência. Mas eu tinha que controlar isso, eu precisava controlar a vontade de usar drogas, mas precisava controlar principalmente a vontade que eu tinha de vê-la.

- Oi príncipe! – aquela voz disse e eu me virei. Era ela, e ela estava linda, deslumbrante eu diria. Era noite, e provavelmente ela havia se arrumado pra ir em algum lugar. Usava uma calça jeans escura e uma camisa de botões vermelha. Seu salto alto fazia com que ela ficasse na minha altura. E seu perfume irradiava pelo cômodo todo.

Ninguém além de vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora