- Como ele está? – perguntei enquanto bebia um suco de laranja
- Está bem, tem dores que nos assustam e que o fazem chorar as vezes. Mas está vivo e é isso que importa – ela disse – E você? – perguntou
- Estou bem – sorri – Quando ele volta pra escola? – perguntei
- Não vai demorar muito, em breve ele estará na ativa novamente. – ela disse
- Ainda bem – disse e ela me olhou desconfiada
- Para sua alegria, né? – sorriu. Passamos o intervalo juntas, conversamos sobre tudo. Quando o último sinal tocou, fui rapidamente pra casa, pois por alguma razão estava faminta e cansada. Confesso que parte de mim estava confusa em relação a algumas coisas, só precisava ficar em casa, afastada de todos.
O Rafael estava me ignorando totalmente. Eu sei que posso ter o magoado, mas acredito que seria pior estar nessa confusão de sentimentos o envolvendo como se nada tivesse acontecendo. Então decidi que o daria um tempo, deixaria ele sentir raiva se assim fosse melhor pra ele. Eu sentia falta dele, do meu amigo, mas eu não podia me aproximar novamente, não sabendo o que ele verdadeiramente sentia.
A tardezinha, minha mãe chegou e disse que tinha um compromisso e iria jantar fora. Arrumou-se toda e saiu, eu fiz comida pra mim, jantei e fiquei assistindo televisão. Era tarde quando fui pro quarto e peguei no sono.
Acordei no meio da noite com uma sensação estranha, fui ao quarto da minha mãe e ela não havia chego ainda. Voltei pro quarto e fiquei sentada na cama. Não estava muito bem, me sentia fraca e com muito frio. Peguei o termômetro e eu estava com febre. Peguei meu celular e liguei pra minha mãe, estava desligado. Acabei tomando um remédio por conta própria, e deitei na cama pra ver se melhorava.
No outro dia estava um pouco melhor, fui até o quarto da minha mãe e nem sinal dela, comecei a me preocupar, liguei mais três vezes pra ela e somente desligado. Depois de uma meia hora escutei o barulho do carro dela, em seguida entrou na sala.
- Filha, vim correndo assim que liguei o celular. Treze chamadas perdidas sua, aconteceu alguma coisa? – ela veio até mim preocupada
- Eu tive febre a noite, e um mal-estar. Estou melhor – disse – Onde passou a noite? – a olhei
- Eu... Eu... Você está melhor mesmo? – desconversou
- Um pouco... – disse – Mãe, eu ainda estou com o corpo ruim, vou voltar a dormir – me levantei e fui pro quarto. Claro que não sou nenhuma estúpida pra não perceber que minha mãe estava saindo com alguma pessoa, e ao mesmo tempo em que ficava feliz por ela, sentia que aquilo funcionava como uma perda parcial dela, ela nunca havia namorado sério em todos esses anos, seria uma nova experiência.
Tomei um banho e deitei um pouco. Acordei com uma mensagem da Ana, disse que não estava muito bem, e voltei a dormir. Mais tarde, ainda sonâmbula, escutei algum diálogo na cozinha, era uma voz feminina e familiar, logo bateram na porta.
- Oi doentinha – a Ana sorriu
- Oi Ana – disse me sentando na cama e coçando os olhos
- Nossa, você está péssima mesmo, bem que sua mãe disse – ela disse
- Meu corpo está ruim, deve ser começo de gripe – revirei os olhos – Fazia tempo que não pegava gripe – disse
- Faz parte, minha querida – sorriu
- Seu irmão está bem? – perguntei
- Está sim – ela sorriu – Acho linda a forma como vocês se preocupam um com o outro – comentou
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Ninguém além de você
RomanceMarcela Cardoso é uma garota de 17 anos que foi criada desde que nasceu pela mãe, Jaqueline, e pelos avós maternos, já que fora abandonada ainda quando no ventre de sua mãe, pelo pai, o qual nem chegou a conhecer. Paulistana de carteirinha, sua vid...