- Mãe, estou muito tensa – disse e ela sorriu
- Você é ótima, filha. Vai agradar a sua sogra – ela disse
- Acho que vou me arrumar... Você me leva? – perguntei e ela assentiu. O Bernardo havia se oferecido para me buscar mas como eu estava muito nervosa, o trajeto sem ele seria ótimo para que eu pudesse tentar relaxar, então preferi ir com a minha mãe.
Fui pro quarto, tomei um banho e fui escolher uma roupa pra ir. Acabei escolhendo um short jeans bege, uma camiseta marrom mais claro que o short e um tênis branco. Sim, eu amava usar tênis. Deixei meus cabelos soltos, escovei os dentes e fiz uma maquiagem bem de leve, que desse cor a minha pele branca. Peguei o celular e fui pra sala, minha mãe me olhou sorrindo – Muito ruim? – perguntei
- Está linda – ela sorriu. Levou-me até a casa dele, estava um pouco atrasada, mas nada demais. Despedi-me dela, e foi embora. Toquei a campainha e ele veio até mim. Estava vestido lindamente, com uma bermuda jeans clara e uma camiseta vermelha, e tênis.
- Oi, minha princesa – sorriu e me beijou
- Oi, amor – sorri nervosa
- Relaxa, hoje ela está um amor de pessoa – ele brincou
- Animador – disse irônica. Ele pegou minha mão e me levou pra dentro. Assim que entrei, a Ana veio até mim, estava linda, o que não era novidade nenhum pra ela.
- Oi amiga – me abraçou – Ou melhor, hoje você é minha cunhada – riu
- Oi Ana – sorri e vi uma mulher, entrar na sala. Fiquei de boca aberta, ela era maravilhosa. Esbanjava segurança e ousadia. Tinha olhos verdes bem parecidos com a Catarina, devia ser de família, cabelos castanhos bem escuros com algumas ondas, e nenhuma ruga, acredita? Eu fiquei impressionada. Veio até mim e eu estava assustada, estática, com medo, ela tinha um ar de seriedade.
- Marcela, não é? – perguntou e eu sorri
- Eu mesma – disse
- Miranda, muito prazer – sorriu. Um sorriso tranquilizante, mas que não me convenceu muito.
- O prazer é meu – disse
- Meu filho fala muito bem de você. Sente-se, por favor – indicou o sofá e fomos todos nos acomodar – Não precisa ficar tímida. Afinal, se é minha nora, deve se sentir à vontade a minha presença – ela disse e eu quis morrer naquele instante. Minha timidez nesse sentido era evidente, nunca havia a conhecido e acabo de conhecê-la como minha sogra. É um tanto constrangedor. Concordei com o sorriso – Como se conheceram? – perguntou
- Mãe, qual o objetivo dessa pergunta? – a Ana fez careta e eu ri
- Na escola? – disse sugestivamente e ele sorriu
- É, foi – ele disse todo calmo
- Vocês fazem um casal lindo – ela sorriu – Ah, Bernardo disse que você se interessa por livros – ela sorriu
- Sim. Eu amo ler – disse
- Então espero que goste do meu presente – ela disse pegando uma caixa discreta na mesa de centro – Eu já li e gostei muito – ela me entregou
- Nossa, obrigada – disse abrindo. Vi um livro chamado: "A cidade do Sol"
- Tem uma citação que se faz nele que eu acho interessante – ela disse
- Qual? – perguntei
- "Só há uma coisa na vida que precisamos aprender, e ninguém ensina isso nas escolas. A capacidade de suportar". Acho uma frase linda – sorriu e por um segundo eu parei pra refletir na profundidade daquela frase, fez todo sentido para mim.
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Ninguém além de você
RomansaMarcela Cardoso é uma garota de 17 anos que foi criada desde que nasceu pela mãe, Jaqueline, e pelos avós maternos, já que fora abandonada ainda quando no ventre de sua mãe, pelo pai, o qual nem chegou a conhecer. Paulistana de carteirinha, sua vid...