CAPÍTULO 7

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- Detesto quando você me faz chorar – revirou os olhos e eu sorri

- E eu amo quando você chora. Mostra sua humanidade, você se torna transparente. Mostra que esse seu tamanho todo não vale de nada e sim esse menino brilhante e amoroso que você é por dentro – sorri e ele me beijou. Um beijo bem casto, bem suave – A sua sorte é que eu não tenho problema cardíaco – sorri – São lindas – disse as olhando – Só me perdoe por não estar arrumada, você tão lindo e eu tão simples – disse

- Eu vou fingir que não escutei isso, e vou lhe convidar para jantar comigo – ele disse

- Ok, aceito – sorri. Peguei sua mão e fomos descer as escadas – A Ana? Onde está? – perguntei

- Espero que bem longe – ele sorriu

- Só por segurança... Quem cozinhou? – perguntei e ele riu

- Não foi eu – ele fez careta e eu ri. Fomos em direção a sala de jantar. Havia uma mesa posta linda, com um arranjo lindo ao centro, e dois pratos com dois copos. Sentamos um ao lado do outro e quando abri pra ver o que tinha pra comer, eu ri. Ele se lembrou que minha comida preferia era estrogonofe de frango. E foi isso que ele pediu, com arroz e batata palha – Espero que goste – ele disse e eu experimentei

- Delicioso – ri

- Pra beber, temos suco, ok? Não quero te embebedar hoje – perguntou servindo suco de laranja

- Ok – ri. Comemos até que rápido, estava com fome. Só então parei pra pensar que a Ana já sabia de tudo, por isso inventou um trabalho do fim da picada. Terminamos de comer e fomos até a sala, tiramos os sapatos, ligamos a televisão. Sentei no sofá e ele deitou a cabeça no meu colo – Que horas são? – perguntei

- Nove e meia – ele disse olhando o celular

- Preciso falar com a minha mãe – disse pegando meu celular na bolsa que de alguma forma misteriosa apareceu na sala. Liguei pra ela e ela atendeu no segundo toque – Mãe? – atendi

- Oi filha – disse ela – Está com a Ana? – perguntou

- Então, não exatamente agora – disse – Você está mais calma? – perguntei

- É que... É muito grave e eu só consigo pensar que podia ser você no lugar dela... Nenhuma mãe está preparada para enterrar um filho – ela suspirou

- Mas não sou eu, você está fazendo o que pode. Fique em paz mãe – tentei a acalmar pois senti que ela estava bem mal

- Vou tentar. Que horas você volta? – perguntou

- Um pouco mais tarde. Plantão hoje? – perguntei

- Não. Preciso dormir, sem condições de ficar no hospital hoje – ela disse

- Ok, eu estou com uma chave, pode dormir – disse

- Se cuida, filha – ela disse

- Você também, beijos – desliguei

- Problemas? – perguntou se sentando ao meu lado

- Ela está com uma paciente com problemas cardíacos sérios... É criança, só que está muito mal. Tenho tanta dó – disse

- Uau, tem que ser muito bom pra lidar com isso – ele disse

- Ela é, muito boa – disse toda orgulhosa

- Tenho certeza de que sim – ele se aproximou sorrindo. Passou um braço pela cintura me fazendo deitar, e pressionou meu corpo ao dele. Sorri, ele era tão carinhoso... Plantou um beijo suave em meu rosto – Eu te amo... – sussurrou em meu ouvido, plantando em seguida um beijo em meu pescoço – Mais que tudo – trilhou beijos até chegar em meus lábios. Iniciou um beijo divino, seus lábios eram tão suaves, e macios. Transmitiam a mim uma doçura incalculável, e uma sensação inédita. Entrelacei meus dedos em seus cabelos e dava leves puxões, com carinho e cuidado, ele começou a acariciar minhas costas em baixo da blusa, pela primeira vez. Suas mãos eram quentes e grandes, me fizeram arrepiar e suspirar.

Ninguém além de vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora