CAPÍTULO 4

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Fiquei no hospital até sexta feira, e tanto eu como a Júlia recebemos alta quase no horário do almoço. Antes de sairmos, como já havíamos combinado, colocamos a correntinha de anjo nela, e devo admitir que ela estava parecendo princesa.

Assim que cheguei em casa, senti uma paz imensa. Meu pai me tratava como se eu fosse quebrar a qualquer momento, e o Bernardo, se pudesse, me colocaria num cume de vidro.

- Viu filha, eu disse que a traríamos pra casa com a gente – o Bernardo disse todo coruja enquanto entrava na sala com ela no colo

- Vou pedir que a Cida venha ficar com você, você já está acostumada com ela e ela ama vocês! Tudo bem? – meu pai perguntou

- Seria ótimo, pai – disse sentando no sofá

- Amanhã mesmo ela já vem – ele disse – Vou precisar ir, promete se cuidar?

- Sim pai, estou bem – disse e ele beijou minha testa e se despediu da Júlia. Assim que ele se foi, eu fiquei observando o Bernardo com a ela deitada em seu peito – Acho que agora sou a segunda mulher da sua vida – disse e ele me olhou

- Eu sou completamente apaixonado por ela – ele alisou seu cabelinho – Ela é uma princesa!

- Sim, ela é! – disse

- Vou ver se tem algo pra comer – ele levantou com cuidado e a me deu. Ela resmungou mexendo a boquinha – É, ela me ama – ele foi pra cozinha rindo.

Dei e mamar pra ela, e enquanto ouvia panelas caírem, a levei pro quarto e a deitei no berço

- Qualquer coisa é só chorar – disse alisando seu rosto e voltei pra sala. Quando ele saiu com uma bandeja de dois pratos com macarronada fez careta.

- Cadê ela?

- Dormindo – sorri e ele colocou as coisas na mesa de centro – Vem cá – disse estendendo a mão e ele a pegou – Relaxa um pouco – disse sentando em seu colo e ele sorriu – Você precisa descansar – disse o dando selinhos

- É... Não parei um segundo desde que você voltou do coma – ele disse alisando minhas costas

- Então, relaxe – disse o beijando ternamente. Comemos, e eu fiz ele tomar banho e dormir um pouco. Acabou que dormimos os três a tarde toda. Acordei e ele ainda dormia serenamente, tomei um banho, e fui no quarto da Júlia. Ela estava acordada, mas não chorava, apenas mexia a mão e fazia bico – Não quis chorar dessa vez é? – ri a pegando – Te amo, princesa – disse aninhando meu nariz ao dela – Vamos deitar com o papai? – perguntei indo até meu quarto e ele ainda dormia abraçado a um travesseiro. Deitei ela do lado dele e eu ao lado dela – Fala: Acorda papai... – disse alisando o rosto do Bernardo e ele foi abrindo os olhos nos olhando.

- Nossa, eu desmaiei de sono – ele disse bocejando e eu sorri

- Percebi – disse e ele virou pra olhar a Júlia

- Oi princesa... – ele disse fazendo cócegas nela e ela deu meio que um risada. A campainha tocou e ele foi levantar pra atender.

- Eu atendo – disse me levantando e indo até a porta. Assim que abri tive uma surpresa, era o Guilherme. Desde o casamento eu não o via. Ele não havia ido ao hospital e no fundo eu sabia o motivo – Oi Guilherme! – disse e ele sorriu me cumprimentando

- Oi Ma... Tudo bem?

- Na medida do possível estou bem – disse enquanto entrávamos

- Vim ver você e conhecer a bebê, desculpa não vir antes – ele disse

- Não tem problema Gui, entra, eles estão no quarto – disse e fomos. Quando o Be o viu sorriu todo orgulhoso.

- E aí, papai do ano – o Gui o cumprimentou e ele riu – Bela menina – ele olhou a Júlia que resmungava.

Ninguém além de vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora