CAPÍTULO 12

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Fui até a casa do Matt, tinha certeza que a Alice estaria lá. Toquei o interfone e assim como suspeitei ela veio me atender.

- Oi Ma! – ela me abraçou

- Oi Alice, tudo bem? – perguntei enquanto entrávamos

- Sim, e você? Algum problema? – ela perguntou

- Estou me divorciando! – disse sentando no sofá

- DO BERNARDO? – ela perguntou alto

- O único marido que eu tenho. Ou tinha... – disse – O fato é que eu presenciei ele beijando a Paula, lembra dela? – perguntei

- Sim! O Matheus me contou toda a história e já não gostei dela – ela disse – Mas duvido que o Bernardo te trairia com ela depois de tantas coisas...

- Ele traiu, mas isso não importa mais, preciso seguir em frente. E queria você por perto – disse e ela me abraçou – Você mais que ninguém sabe como eu era alegre e feliz. Quero que me ajude a trazer essa Marcela novamente – disse e ela beijou meu rosto

- Vaca-preta! – ela gritou e eu assustei – Faz quanto tempo que não come? – ela perguntou

- Um tempão – disse sorrindo

- Já volto – ela foi na cozinha e trouxe um pote de sorvete, coca-cola, e duas taças – Pronta? – ela riu e eu assenti rindo. Colocamos o sorvete, e depois despejamos a coca juntas. Quando comi, senti o sabor da minha infância. Lembrei da minha mãe, dos meus avós, dos meus amigos de Sampa...

- Isso é bom! – disse sorrindo

- Isso é, você gosta também né filhote? – ela sorriu alisando sua barriga

- Será que é meninão? – perguntei

- Sinto que sim! – ela sorriu toda boba – Vai ser um menino lindo! Tenho certeza – ela riu

- Se depender dos pais, será um príncipe – sorri. Fui embora para casa, e a Júlia estava dormindo. Pedi pra Cida terminar o que estava fazendo, e ir para casa. Eu estava acabada por dentro, mas é como se não existisse mais nenhuma lágrima dentro de mim. Tomei um banho, coloquei uma roupa fresca e peguei todos os meus livros do terceiro ano. Comecei a estudar todos, eu precisaria estar preparada para recomeçar minha vida. Havia perdido muito tempo com o Bernardo, e acabei me atrasando.

Os dias foram se passando, e a cada dia que passava eu sentia mais e ao mesmo tempo menos falta do Bernardo. Ele ia um dia sim e um dia não ver a Júlia, e quando ele ia, eu ficava no quarto estudando. Só na hora que ele chegava e na hora de ir embora é que eu o via. Me limitada a dizer: Oi, tudo bem? Sem realmente querer saber a resposta.

Tudo estava caminhando na medida do possível e eu e o Rafael estávamos nos reaproximando como nos velhos tempos de amizade. No fundo eu torcia para qualquer sentimento se manifestar, mas ao mesmo tempo tinha muito medo. Claro que eu não iria dar uma chance a ele logo agora que terminei meu casamento. Estava sendo um momento meu, da minha filha, dos meus estudos e de alguns amigos.

Era uma sexta feira e eu estava jantando quando o interfone tocou. Abri a porta e era o Rafael. Com um pequeno buquê de rosas brancas. Era lindo.

- São pra você – ele deu um sorriso lindo e eu sorri de volta.

- Rafa... – disse e ele me entregou

- Eu poderia dizer que estava passando por uma floricultura quando sem querer resolvi te trazer essas flores, mas seria mentira, foi tudo de caso pensado! – ele disse e eu peguei

- Obrigada! – o abracei

- Vim te convidar para jantar comigo – ele disse

- Jura? Estou jantando, já! – disse rindo

Ninguém além de vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora