CAPÍTULO 15

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Na manhã seguinte, chovia forte, tomei um banho e bateu uma preguiça imensa de ir pra escola. Mesmo assim me arrumei, escovei os dentes e minha mãe me levou pra escola. Fui direto pra sala e fiquei debruçada na carteira, cochilando até alguém me fazer cócegas.

- Acorda, preguiça – era o Rafael

- Bom dia, Rafa – sorri bocejando e ele sorriu sentando em seu lugar

- Fez acrobacias ontem à noite? – franziu o cenho e eu ri do seu jeito

- Quase isso – disse ignorando o fato de que ele diz gostar de mim – É que minha mãe resolveu fazer faxina quando chegou do serviço e deu uma super canseira – disfarcei e ele sorriu

- Garotinha prendada – ele disse

- Tem que ser – sorri e voltei a cochilar. Logo a Ana chegou, mas me pareceu distante, não era o normal dela. No meio da aula de sociologia ela virou pra trás.

- Amiga, posso te fazer uma pergunta íntima mesmo? – ela perguntou toda envergonhada e eu assenti desconfiada – Você e o Bernardo... Vocês já transaram pela primeira vez? – ela perguntou e eu tive vontade de rir, lógico que de nervosismo. Pela primeira vez? Nossa, deixa a "primeira" saber disso.

- Que carinha é essa? – perguntei a olhando

- Não sei... – ela disse sem graça e eu senti que tinha algo por causa do Pedro

- Não sabe? – segurei sua mão

- É que Pedro é mais velho... não sei se estou pronta agora – ela disse

- Ele disse alguma coisa? – perguntei

- Não... É que ontem estávamos em um amasso super quente e eu... Travei – ela disse – Ele obvio fingiu que não percebeu, mas eu sei que... Ele não vai me esperar – ela disse e vi seu olho se encher de lágrimas.

- Amiga, você não tem fazer nada porque se sente pressionada a isso. Se você não está pronta, fica tranquila e não faça. Não é uma atitude em que podemos consertar depois. É regra: entrou, perdeu! – disse e uma lágrima caiu por seu rosto – Eu amo o Bernardo. Eu o amei desde o princípio, amiga. Eu amo todas as vezes que nós transamos, porque apesar de qualquer coisa nós confiamos um no outro. Além de namorados, somos parceiros, amigos, e acima de tudo respeitamos o outro. E se Pedro não tiver essa calma, essa paciência... Ele não é a pessoa certa pra você. Porque quem te ama, entende e espera até o seu: sim – disse enxugando seu rosto

- É que... Eu gosto dele. Não quero o perder – ela disse

- Já experimentou sentar com ele e conversar? É bom ter conversar abertas – disse – Bernardo sempre deixou muito claro que não seria no tempo dele e sim no meu! E até mesmo quando aconteceu, ele foi muito cuidadoso e disse que eu podia pedir para ele parar a qualquer momento... Não posso reclamar de nada, ele tem muito cuidado comigo – disse e ela sorriu

- Amei saber que meu irmão teve essa sensibilidade com você. Ele é realmente muito especial – ela disse – Mas confesso, é estranho imaginar vocês dois e...

- Então não imagina – disse e ela beijou minha mão como se agradecesse

- Foi na praia – ela disse me olhando super carinhosa

- Foi... Foi na praia – sorri toda boba de lembrar – Com todo respeito, teu irmão é ótimo – disse e ela fez careta

- Prefiro sem detalhes, obrigada – ela disse rindo e se virou pra frente. Assistimos às aulas e quando o sinal pro intervalo tocou, fomos andando pra fora da sala.

- Descansou? – Bernardo perguntou enquanto me abraçava por trás e beijava minha nuca

- Parte de mim sim – disse me virando pra ele – Tudo bem? – perguntei alisando seu rosto

Ninguém além de vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora