Ninguém além de você

CAPÍTULO 3

Quando estava anoitecendo o Bernardo precisou ir pra casa com a Júlia, eu queria que eles dormissem comigo mas ele me explicou que ela tinha a rotina de sono dela, e que poderia não dormir bem no hospital, então se era pelo bem dela eu aceitei. Ele me prometeu que estaria amanhã no primeiro horário com ela, e que faria isso até eu sair do hospital.

Dormi muito tranquilamente, eu me sentia completa e feliz novamente. No dia seguinte como prometido o Bernardo veio com a Júlia logo cedo, e disse que precisaria ir até a empresa do pai dele assinar uns papeis e que nos deixaria sozinhas por algumas horas, o que eu amei, já que poderia ficar ainda mais grudada na minha pequena.

- Você vai dormir igual um anjinho agora enquanto eu vou no banheiro ok? – a coloquei no bercinho e fui até o banheiro. Estava lavando as mãos quando ouvi a Júlia chorando e quando saí vi a porta aberta imediatamente olhei pro lado. A Fernanda juntamente com a Paula estava com ela no colo, e ela chorava muito.

- Dá minha filha! – disse com raiva indo até a Fernanda, e a Paula veio até mim entrando na minha frente.

- Eu torci tanto pra você morrer! – ela disse me segurando pelo pescoço – Visualiza a cena comigo: Eu, a Júlia e o Bernardo morando na sua casa, vivendo felizes, como manda o figurino... Sua filha me chamando de mamãe, Bernardo me amando naquela sua cama ENORME... Lindo não é?! – ela disse com raiva

- Isso nunca vai acontecer! – disse a empurrando o mais forte que consegui, e senti meus pontos da cesárea doerem. Engoli seco a dor e fui até a Fernanda enfurecida – Ou você me entrega minha filha, AGORA, ou o papo vai ficar um pouquinho diferente pra você – disse e ela riu debochando

- Diferente que jeito? – ela riu

- Devolve pra ela à menina – a Paula disse e ela me devolveu com receio

- Viemos apenas conhecer a nossa pequena Júlia – ela disse

- Pronto amor... Pronto – disse a acalmando e ela não parava de chorar. Olhei seu bracinho e estava vermelho – Você a beliscou – disse sentindo meu sangue ferver

- O que está acontecendo aqui? – o Rafael disse na porta e eu o olhei. Ele estava com uma expressão tão boa, que me fez sentir um alívio por ele estar bem. Mas na hora não conseguia pensar em nada, apenas que elas tinham que sair de lá.

- Tira elas daqui, Rafa... – disse enquanto alisava o bracinho da Júlia desesperada – Calma amor, calma... – disse e ela foi parando o choro, mas ainda soluçava e fazia biquinho.

- Esse é o começo – a Paula disse – Você tirou a vida que deveria ser minha! Eu estava quase fazendo o Bernardo começar a me amar de novo na sua ausência – ela sussurrou no meu ouvido

- Sai daqui! – gritei e elas saíram. Quando ele fechou a porta eu estava sentada no sofá com ela, enquanto ela ia parando de soluçar

- Ela está bem? – ele perguntou sentando do meu lado e eu o olhei

- Sim, mas vai ficar com o bracinho dolorido – disse beijando sua testa – Você vai ficar bem, né amor? – sorri pra ela. Levantei e a coloquei novamente no carrinho e ele se levantou também. Fui até ele e o abracei tão forte que sentia que estava o esmagando.

- Vou ser baleado mais vezes – ele disse me abraçando de volta e eu comecei a chorar muito

- Pensei que estivesse morto, seu estúpido. Meu Deus! Como você se coloca na minha frente, Rafael? Como? – perguntei chorando sem o soltar – Ai Rafa, nunca mais coloque sua vida em risco por mim, nunca mais! – disse chorando

- Para Ma... – ele disse alisando meu cabelo – Estou bem, só dei uma escapadinha aqui pra te ver. Bernardo me ligou ontem e pediu pra que eu viesse! – ele beijou minha testa – Mas eu viria de qualquer jeito assim que soubesse que você voltou!