Capítulo 11

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Éric Dillen

Depois daquele dia na faculdade em que eu estava parecendo um skalter em relação a Helena, decidi que era o momento de conversar com ela, precisava conhecer um pouco mais dessa mulher que tem meus pensamentos e sentimentos?

Descobri que ela teria uma apresentação no final de semana e seria a oportunidade perfeita para essa conversa, porém fui surpreendido quando cheguei no local e vi a quantidade de pessoas assistindo a apresentação e confesso que ela tinha talento.

No primeiro momento ela estava tão concentrada e entregue na música que mal olhava para o publico, mas como se ela sentisse minha presença levanta seus olhos que vem direto ao encontro dos meus e nos perdemos no momento, como se toda a escuridão dentro do meu peito ficasse tão pequena que mal a sentia e fosse tomada por uma forte luz que invadisse no seu lugar.

Por medo eu acabo desistindo e assim que acaba apresentação no único desvio do seu olhar eu me escondo e a observo de longe sem que ela me pudesse me notar.

Vejo quando Kate vem correndo e abraça dizendo algumas palavras, mas logo a seguir eu vejo um novo sentimento surgindo o ciúmes, sorrateiro e destruidor, trazendo a tona minha escuridão de volta, um cara chega tocando nela e rindo, conversam um pouco e logo em seguida todos seguem juntos, eu discretamente os sigo e percebo que irão comer alguma coisa, toda minha insegurança em desistir de aborda lá passa e dá espaço a possessividade e a raiva, passa minutos e a vejo saindo é a minha chance, aproveito que peguei o endereço da Kate e a espero enfrente ao seu prédio, ela demora um pouco, mas logo a vejo virando a esquina, linda como sempre e sorrindo, mas o melhor foi a cara dela ao me ver, seus olhos ficaram arregalados numa mistura de surpresa e alegria?

Meu coração está quase saindo pela boca quando ela fala: - Oi? Você está procurando a Kate? Ela não volta hoje.

Éric – Na verdade eu estava procurando você Helena. Realmente eu consegui me manter calmo, mas por dentro quase desabando na frente dela, me sinto um menino que vai beijar pela primeira vez a menina mais linda da escola, e seria isso mesmo porque sentimentos nunca estiveram tão presentes, não era apenas desejo da carne.

Helena – Nossa, então venha vamos entrar. Espero que esteja tudo bem! Ela fala toda delicada e me convida a subir, a deixo ir na frente dando uma bela olhada nela, que mulher menina meu Deus.

Enquanto subimos os lances da escada eu fico pensando e tomando coragem para permanecer aqui e torcendo para não ter uma crise de ansiedade, é novo e tenho medo e receios imensos todos aqui borbulhando na minha cabeça bagunçada e perturbada.

Helena – Pode entrar, é tudo simples espero que não se incomode. Ela fala como um anjo e volto a realidade e entro no seu apartamento, tudo muito organizado e limpo, uma energia boa que nem na minha cobertura sinto isso que é meu refugio.

Éric – Obrigado por me receber Helena, aquele dia fiquei um pouco em choque com tudo que passamos que fui embora sem ao menos agradecer sua gentileza com um desconhecido.

Helena – Não precisa se desculpar, eu nem sabia muito como agir naquele momento, mas o importante é que você ficou bem.

Enquanto ela falava foi caminhando até a cozinha e colocando café para fazer, tão simples e tão delicada que perdi até o fio da meada do que estava falando.

Helena – Então, depois daquele dia você ficou bem?

Éric – Minha vida parece fácil Helena, mas não é tudo o que aparenta ser, nada nunca foi perfeito. Você me viu num momento de fraqueza que só meu terapeuta conhece nem meu amigo que sabe um pouco das minhas coisas já presenciou um ataque.

Helena – Entendi, mas não se preocupe seu segredo está guardado a sete chaves comigo.

Dou um pequeno sorriso e me sento na bancada esperando que ela me sirva o café, que por sinal está com cheiro maravilhoso.

Éric – Você toca muito bem, tive o privilegio de assistir sua apresentação no parque.

Helena – Eu te vi, acredita que pensei estar alucinando. Um homem como você sem segurança e no parque, fico feliz em não estar louca. Ela dá risada dela mesmo e eu aqui babando na sua inocência.

Éric – Não quis causar mau estar, então resolvi ir embora, mas no fim acabei vindo até sua casa, queria muito conversar.

Helena – Então, o que você quer tanto conversar?

Éric – Eu queria te conhecer melhor e na verdade depois que você me viu no meu quase pior estado e ainda assim está aqui disposta a conversar e não ter fugido significa muita coisa pra mim.

Helena – Entendo, olha Éric eu sou uma boa amiga e posso ser sua se assim quiser, porém não sou da sua classe social e talvez você não queria.

Éric – Pelo contrário, quero muito ser se amigo, me sinto diferente ao seu lado, ao mesmo tempo que tenho meus medos eles parecem controlados perto de você.

Helena – Ok, fico contente. E me conta como está seu tratamento para seus traumas e quando quiser pode contar eles.

Expliquei algumas coisas por cima para a Helena, preciso criar confiança nela, afinal a conheço a tão pouco tempo e não sei tudo sobre ela, difícil confiar dessa forma.

Helena – Bom, quero te convidar para fazer coisas de pessoas normais, você topa?

Éric – Como assim? Coisas de pessoas normais? Sou anormal Helena? Falo em tom de brincadeira, mas ela fica séria.

Helena – Não quis dizer isso, me desculpe.

Éric – Ei, estou brincando! Pode falar.

Helena – Então, essa semana depois do serviço você vai comigo ao cinema para começar. Vou fazer uma lista de coisas que tenho certeza absoluta que você nunca pensou ou fez na sua vida agitada e homem de negócio e o poquinho que te conheço você NÃO se DIVERTE nadinha.

Éric – Realmente o trabalho tem minha total atenção, na verdade procuro ter uma rotina.

Helena – Vem, vamos começar agora. Ela não deixa eu responde e me puxa para o sofá, mas antes abre a geladeira e me entrega uma cerveja, pede que eu tire meu sapato e me jogue no sofá, ela faz o mesmo e começa a falar coisas aleatórias e sem sentido, acabo entrando no jogo e acabo me divertindo observando seu jeito alegre e despojado de ser.

Ela é simples, direta, não tem mascaras e uma alma livre e eu quero muito fazer parte disso. Em um dia já me peguei sorrindo mais que um ano todo da minha vida.

 Em um dia já me peguei sorrindo mais que um ano todo da minha vida

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Meu dia foi incrível e olhando de auto foi tão simples, mas muito intenso e senti felicidade?

Na hora de se despedir trocamos telefones e ela combinou de entrar em contato para me passar a lista de coisas que iremos fazer juntos e começando pelo cinema.

Fui embora, com o coração já sentindo saudades e volto a minha realidade de solidão e medos, mas uma leve luz na alma, será que posso ter esperanças de pela primeira vez na minha vida ser verdadeiramente livre de mascaras de feliz, bem com a vida e o homem perfeito? 

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Não será tão fácil assim, Éric sabe que é bem mais complicado do que parece ser.

Será que Helena vai ter paciência?

Muitas surpresas a caminho... MUITAS

O que falta em você? (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora