O que eu devo fazer sem você?
É tarde demais para catar os pedaços?
Muito cedo para se desfazer deles?
Você se sente abatida assim como eu?
Seu rosto, ele faz meu corpo doer
Isso não vai me deixar em pazE sinto como num afogamento
Dificuldades para dormir
Sonhos inquietosVocê está em meus pensamentos
Sempre, sempre
Eu só me apavorei
Sempre, sempre
Prefiro me sufocar com minhas más decisões
E então carregá-las para o meu túmulo
Você está em meus pensamentos
Sempre, sempre, sempreAs rachaduras não vão se consertar e as cicatrizes não irão desaparecer
Acho que eu deveria me acostumar com isso
O lado esquerdo da minha cama é um espaço vazio
Lembro que éramos estranhos
Então, me diga, qual é a diferença
Entre o antes e agoraAlways
Éric Dillen
O que eu fiz com a Helena, só dou conta quando o Junior me imobiliza e em questão de segundos minha consciência volta com tudo e me assusto ao ver medo e tristeza nos olhos dela, meu coração se quebra em milhões de pedaços e no desespero expulso os dois do meu quarto, não quero ver ou sentir o julgamento do Junior e o medo da Helena, eu a machuquei observei as marcas envolta do seu pescoço, sou um desgraçado com a cabeça fodida.
Eles saem me deixando sozinho e na fúria começo a quebrar tudo, quando o espelho se parte e minhas forças estão quase no fim, me ajoelho e pego um pedaço do caco de vidro, me venho de forma distorcida e no ato de desespero e angustia atinjo o meu limite, passo a lamina de forma lenta e dolorosa nos meus pulsos e me deito, vendo meu sangue sair pelo corte, e deixo as lagrimas saírem, começo a perder a consciência quando a ultima coisa que vejo é o Junior me carregando e a Helena chorando desesperada, tudo fica escuro e frio.
Onde diabos eu estou? É um lugar escuro, onde é muito frio e sinto a dor tão intensa no meu pulso, estou preso no momento que tentei tirar a minha vida, olho em volta e vejo pessoas agoniando e gritando, gemendo, estou sujo, parece que faz anos que não vejo ou sei o que é banho, sinto fome e tristeza, parece que estou preso num mundo paralelo, seria um castigo?
E eu pensei que a minha vida era ruim e que vivia sobre tortura diária, só pelo simples fato de respirar, mas aqui a realidade vem com tudo e choro, mas nem lagrimas tenho a capacidade de liberar, começo a caminhar lentamente, sinto medo é tudo tão perturbador, devo estar no inferno só pode ser isso, mas eu que pensei ser a vitima na vida e pelo jeito minhas escolhas sempre foram erradas, era infeliz e aqui vou ser também.
Cansado de andar sem rumo, simplesmente me ajoelho e deixo meu corpo por um momento descansar, mesmo a dor sendo tão intensa tento focar na minha Helena, como fui tolo e perdia a chance de concertar toda minha vida vazia.
Não sei ao certo quanto tempo estou nesse lugar, perdi a noção completamente da realidade e estou perdendo a sanidade, a única coisa que não são dos motivos que me levaram a cometer um atentado a minha vida, essa droga toda ainda está aqui, marcada e a ferida nunca esteve tão aberta e alguém estivesse cutucando a cada segundo, já nem gemer de dor mais consigo de tão exausto.
Estou de cabeça baixa, ajoelhado no meio do nada, a fumaça e tudo é num tom de cinza e preto, sombrio e gelado, mas do nada ouço meu nome ser pronunciado baixo – Éric, Éric, Éric.
Tão fraco e desanimado ouso levantar minha cabeça e dou uma olhada em volta, mas não vejo nada, nada e meu coração se aperta na esperança perdida novamente.
Helena Miller
Arrasada é assim que me encontro nessa recepção do hospital ao qual o Éric foi trazido, Dr. Paulo me avisou que ele estava sendo atendido e que logo eu poderia ir ao seu encontro, estava tão agoniada, mandei uma mensagem avisando a Kate que estava no hospital com o Éric e que depois contava tudo certinho, a mesma ficou aflita mais respeitou meu pedido.
Não consigo entender o que leva uma pessoa como ele tentar o suicídio, no meu ponto de vista ele era intenso e mesmo com seus transtornos era forte e corajoso, mas ele num sinal claro de fraqueza e desespero tentou tirar sua própria vida e foi por muito pouco que não o perdemos, Marcos foi avisado e estava andando de um lado para o outro, não sei que grau de amizade eles tem, mas pelo jeito o Marcos realmente gosta dele.
Não tivemos tempo de nada ainda, eu queria tanto ajuda-lo mas algo me diz que eu sou culpada pelo seu descontrole, mesmo não fazendo nada, eu só queria ama-lo e ser amada, mostrar que a vida não é tão ruim como ele desenhava.
Dr. Paulo – Helena, minha querida pode entrar, vamos eu te acompanho e aproveito para a gente conversar um pouco.
Vou em direção ao Paulo com um aperto no coração, mesmo sua cara parecendo esperançosa eu me sinto tão incapaz.
Caminhando no corredor largo e imenso, respiro e pergunto – Então? Ele vai ficar bem?
Paulo – Jovem, você sabe que o Éric tentou suicido? Sabe a gravidade disso? Sinceramente eu o acompanho a tantos anos e nunca pensei que ele iria ousar tanto, mesmo que sua tristeza seja tão intensa, mas o problema é que ele vive em uma mentira nesses anos todos, em vez de lutar contra seus medos e traumas, ele optou em ignorar, porém quando você apareceu a vontade de ter uma vida de verdade o assustou, ele saiu do comodismo e não soube como reagir a isso e resolveu da forma que achou mais fácil.
Helena – Me sinto tão culpada, eu deveria ter me afastado como ele pediu, mas eu gosto tanto dele. Respiro aflita e tão triste.
Paulo – Não diga isso, agora você vai ser fundamental para a recuperação dele, tanto física como mental, tudo está sendo aberto e é o momento de entrar e resgatar o Éric desse inferno particular que ele está vivendo.
Helena – Vou estar aqui Doutor, mas se eu realmente não estiver ajudando o deixarei seguir da forma que ele me pedir.
Depois da conversa ele abre a porta e eu sigo para dentro do quarto, vou devagarzinho e percebo que Éric dorme profundamente, me sento ao seu lado, seguro sua mão gelada e deposito um pequeno beijo, e choro. – Éric, por que fez isso? Estou apaixonada por você, volta pra mim, podemos sair dessa juntos.
Paulo – Helena, infelizmente Éric ainda não acordou, é como se estivesse em um coma por vontade própria, precisamos torcer para que ele reaja.
Concordo com a cabeça e volto a olhar para o Éric, tão indefeso, mas sua expressão é de pavor, não está sereno, mas aflito, no instinto chego bem perto do seu ouvido e o chamo três vezes, mas nada.
Decido que vou ficar aqui com ele todos os dias, até ele voltar pra mim. E de alguma forma vou ter que ajuda-lo.
Marcos entra e conversa com o Doutor Paulo, e também parece triste e preocupado, fala rapidamente comigo e diz que mais tarde volta.
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O que falta em você? (Completo)
RomanceQuando o passado se torna seu presente e o futuro, um trauma de infância pode destruir a alma de uma criança em definitivo? Essa é a história do Éric Dillen, hoje um homem que tem o poder nas mãos e várias vidas sobre seu comando, mas o que demostra...