Capítulo 36

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Éric Dillen

Sinto um toque leve e muito familiar na minha mão, viro a cabeça na direção e abro os olhos, e vejo Helena com os olhos atentos a cada movimento meu, e assim que observar que estou acordado seus olhos brilham – Meu amor, você acordou! Rapidamente ela se levanta e me da um beijo leve nos lábios secos, passa a mão pelo meu rosto e fecho os olhos para sentir seu toque macio e seu cheiro único.

Éric – Pode me dar um copo com água por favor, tenho sede.

Helena – Claro, vou acionar o botão para que a enfermeira venha, demorou mais voltou pra mim e já te aviso que agora é para sempre e sem discussão.

Éric – Abri um pequeno sorriso e concordei com a cabeça.

Logo a enfermeira entrou junto com o médico, fizeram alguns exames e me informaram que mais uns dias eu estaria liberado, o médico explicou que meu caso foi grave e por um milagre me salvei, nesse ano ganhei a chance de mudar minha vida duas vezes e dessa vez vou aproveitar.

Marcos e Kate vieram me visitar e Helena minha doce menina não saiu do meu lado pra nada, ficou comigo até o dia da alta e agora estou chegando no meu apartamento, nossas mãos estão unidas e ela parece ainda mais delicada e amorosa comigo, sinto conforto ao seu lado e mesmo quando as imagens da Antonella me torturando veem a tona, consigo milagrosamente controlar meus medos e evitando o ataque de pânico.

Demorei mais percebi que Helena é minha força e não minha fraqueza – Está bom assim? Ela me arrumou na cama e deitou ao meu lado.

Éric – Não poderia estar mais que perfeito.

Helena – Sabe que é uma tentação ficar assim desse jeito e eu nem posso tirar uma casquinha ainda. Ela ri dela mesmo e vejo que realmente está se segurando, meu ego infla.

Éric – Não se preocupe minha deusa isso é tudo seu e depois poderá usar do jeito que quiser. Agora quero pedir perdão de não ter ido ao festival, sonhei em te ver tocar pra mim, mas infelizmente aconteceu tanta coisa, fiquei com medo de ter perdido a única chance de ser feliz com você e quando soube que tinha ido embora, foi a pior dor que senti, muito mais do que a dor física que a Antonella me causava.

Helena – Confesso que fiquei arrasada, não quero mais pensar nesse dia por favor, vamos começar hoje e a primeira coisa é fazer a lista do que deseja fazer, não pensa que esqueci do nosso primeiro encontro na minha casa.

Éric – Você é impossível Helena, mas eu gosto.

Helena – Amor, preciso te mostrar uma coisa, mas não sei como será sua reação, quero que você decida o que fazer.

Éric – O que seria?

Ela se levanta e vai até a cômoda onde sua bolsa está, abre e pega um caderno vermelho um pouco velho, caminha novamente até a cama sentando ao meu lado e me entrega e fala – Esse é o diário da sua mãe, estava com Antonella esse tempo todo, o delegado explicou que elas se conheceram no hospital onde ela estava internada e foi assim que se conheceram a muito tempo atrás.

Por um momento ao segurar o diário sinto um gosto amargo na boca e recordações nada boas passam pela minha cabeça me fazendo tremer, percebendo meu estado Helena coloca a mão em meu rosto acariciando me chamando – Éric, estou com você, não precisa ficar com medo, não deixa vim a tona isso, sou sua ancora a partir do momento que cruzei seu caminho. Respiro fundo, e deixo o alivio invadir meu corpo e foco no toque da sua mão em mim e em seu cheiro.

Éric – Obrigado, você pode ler comigo? Ela balança a cabeça concordando e abro o diário, a primeira pagina me deixa totalmente em choque.

Fui obrigada a tomar uma atitude estrema e roubei esse menino da idiota da Melissa, tudo pelo homem que amo, não posso permitir que ele me abandone e por ele fiz isso. Porém com o tempo meu ciúme ficou incontrolável quando percebi que meu amado dava mais atenção ao bastardinho e me deixava de lado, eu nunca quis dividir seu amor deveria ser só meu, mas não pensei isso no momento que menti sobre minha gravidez e o seu suposto filho.

Foi quando resolvi descontar toda minha frustação no menino e nunca senti um pingo de remorso, pelo contrario aliviava minha raiva e chegava a ser um prazer, o melhor de tudo era saber que o menino era um submisso e nunca abriu a maldita boca para contar para o pai.

Parei de ler horrorizado, olhei para a Helena que tinha os olhos arregalados – Helena, será que minha mãe verdadeira está viva? Preciso saber.

Helena – Vamos descobrir, deve ter mais alguma coisa no diário e juro por Deus que vamos até o fim disso.

Éric – Confesso que me causa um certo alivio em saber que aquela mulher nunca foi minha mãe, e mesmo passado por tudo isso que está sendo relatado no diário sinto uma coisa nova, minha mãe Helena, como ela será? Onde está?

Helena – Iremos descobrir meu amor!

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Grandes revelações virão!

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