Capítulo 29

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Éric Dillen

Quando a Helena me perguntou o que eu queria, sinceramente não soube o que dizer no momento, tinha a plena certeza que ela já estaria a milhares de milhas longe de mim, mas ela sempre me surpreende com seu coração gigante e cheio de esperança, e simplesmente ficou comigo e agora me olha com aqueles olhos cheio de amor esperando uma resposta, se fica ou não, estou tão confuso que não respondo, fecho meus olhos e abro, suspiro e só a olho e enxergo tantas coisas ali naquele mar infinito.

Helena – Então? Sua voz sai baixinha e tímida, medo é visível.

Éric – Não sei o que responder Helena, ninguém nunca me quis dessa forma, sem interesse e me aceitando todo torto e problemático.

Ela se levanta, caminha até a porta, meu coração se despedaça e fala – Você pode pensar, tem até sábado, vou tocar no festival de inverno, fiz uma composição em sua homenagem e saberei sua resposta assim que terminar, se não estiver lá entenderei seu recado e nunca mais irei te incomodar, mas se estiver lá será pra sempre entendeu?

Fecha a porta devagar sem me olhar, preciso conversar com doutor Paulo e desabafar, colocar minha cabeça no lugar, se for ficar com ela preciso estar disposta contar tudo e zerar minha vida, mas não sei se a Helena merece isso, também não sei se serei capaz de ser o homem que ela espera e sonha.

A porta se abre e Marcos junto com o médico entra, meu amigo não está bem, mas magro e com uma cara de doente, o que será que aconteceu? Por minha causa não é, ele sempre se manteve forte para meus problemas, preciso ter uma conversa com ele.

Marcos – Fala ai seu merda, quase mata a gente do coração.

Éric – Olha a boca seu bosta. Eu que quase morri e você que parece um morto.

Ele solta uma risada de alivio em perceber que estou vivo, e eu sorrio levemente pensando que pelo menos o Marcos sempre esteve comigo.

Marcos – Longa historia meu amigo, mas viemos para sua alta vou te levar pra casa, onde está a Helena?

Éric – Ela foi embora cara, eu preciso decidir o que vou fazer da minha vida a partir desse momento, muitas coisas estão em jogo, mas sinceramente estou perdido, preciso pensar.

Marcos – Entendo perfeitamente, vamos vai se arrumar tem uma empresa te esperando.

Rapidamente me levanto e vou me arrumar, finalmente vou sair desse hospital. No banheiro posso observar os cortes nos meus pulsos já cicatrizados, por alguns momentos me lembro onde fiquei esse tempo todo, e sinto um arrepio nada bom pelo corpo, ao lembrar da dor que senti e o desespero sem fim naquele lugar estranho e sombrio, e ver minha mãe lá realmente deveria ser o inferno.

Minha Helena foi tão cuidadosa comigo, mesmo depois de tudo o que fiz a ela, mas será que podemos ter uma vida juntos?

Falta apenas um dia para o inicio do festival de inverno onde a Helena vai tocar, estou curioso para saber qual música vai tocar em minha homenagem, mas ainda não decidi o que fazer, vou ou deixo ela seguir seu caminho sozinha?

Conversei muito com o doutor Paulo, mas ele como um bom profissional que é, deixou que eu decidisse, Marcos também não quis opinar, ele anda muito estranho.

Na empresa para a minha decepção fiquei sabendo que a Antonella soltou algumas notas, falando mal da Helena e dizem que era uma mulher traída, isso porque nunca tivemos nada sérios, como me arrependo desse envolvimento breve, mas um inferno. Meu querido assessor disse que vai resolver esse problema e eu deixei nas mãos dele, não tenho cabeça pra isso.

Outra que anda estranha é a Kate, ela sempre foi sorridente e esses dias só abriu a boca pra falar da minha agenda e nada mais, realmente o povo dessa empresa incluindo eu está tudo louco.

Kate bate na porta e entra, coloca na minha mesa um ingresso "Festival de Inverno" – Olha Éric, a Helena pediu para entregar a você, espero que possa ir, minha amiga realmente sente algo muito profundo ao seu respeito e mesmo não demonstrando pra mim, sei que anda triste pelos cantos. Não quero me meter, mas você deveria se dar uma chance ao amor, não perca tempo com besteiras, medos, a vida é curta e nunca sabemos o dia de amanhã.

Pegoo convite e olho, encosto na cadeira e fecho os olhos, respiro e lembro do sorrisoda Helena, da nossa única noite juntos e como foi especial, me senti vivo elivre. O que eu faço?    

O que falta em você? (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora