Capítulo 35

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Meu amor eu acho que não é tarde
Pra te dizer que acho que é você a minha outra metade
Meu amor eu já não tenho mais medo
Já não é mais um segredo
O tempo vai mostrar
O tempo vai dizer

Helena Miller

Nunca um voo demorou tanto, eu já tinha comido todas as minhas unhas e estava tão nervosa que se esse avião fosse um pouco mais devagar eu iria ter um ataque aqui.

Kate mandou mensagem avisando que a polícia achou o cativeiro onde o Éric se encontrava, isso me deixou ainda mais tensa, será que ele está bem? Quem fez isso? Antonella mesmo? Mas por que tanto ódio?

Sai correndo dando graças a Deus que só tinha uma mala de mão e não perderia mais nem um segundo nesse aeroporto e logo avistei a Kate me esperando com o Marcos, eu a abracei apertado – Acharam ele? Me dá uma notícia boa por favor!

Foi a vez de Marcos responder – Sim, e a polícia nesse momento está saindo para o local, o bom que o delegado avisou que eles o deixam um bom tempo sozinho, nem seguranças tem, são apenas Antonella e um cara, isso ajuda no resgate.

Respirei aliviada – Quero ir agora falar com o delegado, vou junto no resgate.

Marcos – Não sei se vão permitir Helena.

Ignorei sua colocação e seguimos para o estacionamento rumo a delegacia, eu iria de qualquer jeito, ele precisava me ver e saber que estou aqui com e por ele.

Não foi simples convencer o delegado a deixar eu ir junto, mas ele acabou cedendo e seguimos as viaturas com o carro do Marcos, eu podia sentir o nervoso dele ao meu lado, também estava preocupado com o Éric, tanto quanto eu.

Invadiram o prédio e quando entraram ouvimos tiros, meu coração se apertou e um desespero surgiu devastador e sai correndo, ignorei os riscos eu só precisava saber que estava tudo bem, passei pela sala e vi um corpo caído era um homem, segui pelo corredor e vi quando o polícia estourou a porta e gritou – AQUI. Como uma louca passei por eles e entrei, a cena era chocante, meu Éric estava pendurado, todo machucado, seus pulsos, pescoço e pernas com hematomas enormes, não era médica mais pude perceber seu ombro deslocado, a dor deveria estar intensa, meu coração sangrou nesse momento e senti um ódio tão forte que se essa mulher estivesse na minha frente eu a mataria, deixei de lado toda minha ira e fui ao seu encontro, ele parece ter percebido minha presença, abriu seus olhos e um pequeno sorriso surgiu em seus lábios e desmaiou.

Helena – Por favor, tirem ele daí, chamem uma ambulância, Marcos ajuda. Eu estava tão desolada que não parava de gritar em desespero, por sorte o polícia percebendo isso foi o mais rápido possível e baixou o corpo do Éric no chão, enquanto Marcos acionava a ambulância, eu não sai em nenhum momento do lado do Éric, coloquei meu pequeno casaco em seu peito nu e gelado na tentativa de aquece ló, enquanto a ambulância não chegava eu fazia carinho nos seus cabelos – Meu amor, eu voltei e dessa vez a gente vai se acertar, percebe que longe um do outro o negocio não dá mais certo? Vou cuidar das suas feridas da alma eu prometo.

No hospital infelizmente não pude acompanhar, fiquei esperando na recepção a cirurgia que iria recolocar o ombro dele no lugar, também havia uma grave hemorragia devido as pancadas e em meio a minha inercia recebemos a noticia que a Antonella foi capturada e estava na delegacia com seu advogado, tentando fiança, mas que ainda não havia sido cedida pelo Juiz.

Helena – Marcos, vou na delegacia quero ver essa infeliz cara a cara, e te juro que minha vontade era de acabar com a raça dela.

Marcos – Não faça besteira Helena, deixa que a polícia e os advogados do Éric resolvam isso.

Helena – Preciso ir, me manda mensagem assim que ele sair da cirurgia por favor.

Ele apenas concordou com a cabeça e eu sai correndo pegando o primeiro táxi que passava e segui a delegacia, minhas mãos suavam e meu coração parecia que ia explodir em fúria, sei que esse sentimento não é bom, mas como aguentar tanta covardia sem dizer nada, eu a avisei que iria acabar com sua vida se fizesse mal ao Éric.

O delegado quando me viu já subiu as sobrancelhas e fez uma careta – O que faz aqui menina? Não me venha causar mais problemas.

Helena – Quero falar com a Antonella, preciso disso.

- Você sabe que não é possível isso.

Helena – Fala com ela e avisa que a Helena está aqui, aposto que a infeliz vai querer me ver.

Deu apenas 10 minutos e o delegado autorizou a minha entrada, a dondoca estava numa cela muito boa na minha opinião, mas ignorei tal fato – Hora, Hora nós encontramos de novo sua infeliz. Eu não me segurei e já fui falando.

Antonella – Feliz com o resultado do meu tratamento VIP ao seu queridinho?

Helena – Eu juro que vou ver o dia que vai apodrecer nessa cadeia e pode deixar que vou mandar lembranças todos os anos.

Antonella – Acha mesmo que vão me segurar aqui? Dinheiro compra tudo.

Helena – Vamos ver!

Antonella – Como está o Éric? Espero que bem ferrado, como fez a mãe dele passar todos esses anos.

Helena – Sabe, eu juro que se a polícia não tivesse te pegado primeiro eu mesma tinha acabada com sua vida, mas como isso não é possível os advogados vão fazer o impossível para que morra na cadeia.

Antonella – Acredita mesmo que isso aqui vai me segurar? Ainda não conclui minha missão, Éric não deveria estar vivo, mas as regras eram torturar o máximo possível, mesmo que ele implorasse pela morte, foi a última vontade da mãe dele e eu iria fazer se não fosse o amiguinho dele e você.

Helena – Nenhum Juiz em sã consciência vai te liberar eu JURO. E nunca mais vamos te ver ouviu? NUNCA MAIS. Avancei sobre a grade e com o susto a infeliz caiu no chão – É ai mesmo que você deve ficar no chão.

Um policial me arrastou para fora antes que eu perdesse minha cabeça, o delegado me entregou o tal diário da mão do Éric se essa mulher poderia ser considerada uma mãe, o guardei na minha bolsa e voltei para o hospital onde a cirurgia com certeza já deveria estar terminando.

Assim que Marcos me viu, havia um sorriso em seu rosto, isso significava que tudo ocorreu bem com o Éric – Me diz que ele está bem!

Kate me abraçou e disse bem no meu ouvido que sim, ele tinha sobrevivido e a cirurgia e que as próximas horas seriam fundamentais, estava feliz mais ainda não 100%.

Sentei nas cadeiras da recepção e peguei no sono, estava exausta, quando senti uma mão me tocando, abri os olhos e Kate avisou que poderia ir ver o Éric, estava na UTI, mas Marcos conseguiu uma autorização, eu fiquei tão feliz e sai correndo.

No quarto me sentei e peguei sua mão – É meu amor, novamente aqui nesse quarto, mas dessa vez será a última, vamos cuidar um do outro e finalmente reconstruir todos os pedaços que tentaram arrancar do seu coração, juro que não vou deixar que entre naquele mundo de controle e mentiras, comigo ao seu lado tenho certeza que dessa vez será diferente, eu prometo.

**Sem revisão

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