Capítulo 6

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** Ben**

Gustavo e eu decidimos parar no shopping para comprar alguns livros que precisamos mas, ambos estamos com sono e precisamos e cafeína para raciocinar. Sentado na cafeteria e remoendo a conversa que tive com minha mãe não posso conter a surpresa de encontrar a bela garçonete da noite passada. Seus olhos castanhos esverdeados se assustaram quando me ouve chamar seu nome, mas no momento em que ouvi sua voz eu sabia quem era ela. Posso ter ouvido apenas por alguns segundos, mas ela realmente é uma garota de deixar sua presença marcada.

- Somente dois cafés? – Ela questiona me olhando fixamente.

- Vocês se conhecem? – Gustavo entra na conversa.

- Na verdade não – Ela rebate olhado para ele – Eu vou buscar os cafés – Então corre para a bancada e começa a preparar nosso pedido.

- Ela é gata para caramba – Gustavo me dá uma cotovelada.

- Você estava tão louco ontem que não se lembra, foi nela que você derrubou uma bandeja de cerveja.

- Ah merda – Ele olha novamente para ela. Marcela volta com nossos cafés, posso ver que em seu rosto o cansaço. Nós fomos embora da festa perto das três da manhã e me lembro perfeitamente de vê-la trabalhando junto com os outros garçons. Olho para meu relógio que marca 10:30 da manhã e me pergunto por quanto tempo ela conseguiu dormir.

- Aqui – Marcela fala colocando duas xicaras diante de nós.

- Que horas começa o seu turno na aqui? – Não posso conter a minha curiosidade

- Desculpe? – Ela me olha intrigada

- Ontem você estava trabalhando até depois das três da manhã, e agora está aqui, só estou me perguntando se você dormiu.

- Estou perfeitamente bem para trabalhar, só não entendo o que te você tem a ver com isso – Mulher arisca, ela me olha nitidamente irritada e algo me intriga. Gustavo engasga com seu café, rindo ele me olha tentando entender o porquê questionei isso a ela.

- Só perguntei por que me veio à cabeça a questão, apenas isso, desculpe se fui intrometido.

- Bom! – Ela fala alisando o uniforme – Estou me arrastando como um zumbi, mas estou bem. Posso trazer mais alguma coisa para vocês?

- Sim – Gustavo intervém – Quero um misto quente e um suco de laranja.

- Trago em um minuto – Marcela se afasta da mesa novamente.

- Eu senti um clima aqui ou a impressão é minha?

- Eu nem a conheço G – Falo tomando um gole do meu café – Eu só fiquei surpreso na coincidência de encontrá-la aqui trabalhando tão cedo apenas isso

- Nem todo mundo tem a nossa sorte – Ele mexe no celular e depois o coloca sobre a mesa e me olha – Poucos podem ter o que temos por isso eu fico puto com a Gabi por estar lá fazendo nada da vida só gastando dinheiro e fingindo que o mundo é perfeito.

- Eu sei – Olho novamente para Marcela que agora boceja visivelmente cansada – Pelo que eu percebo ela precisa ralar pra se virar, não sei a sua história, mas gosto de olhar pra ela.

- Só você?

- Idiota – Meu celular toca no mesmo instante que Marcela se aproxima da mesa com o pedido de Gustavo e a foto de Gabi aparece na tela. – Ei linda - Atendo percebendo que Marcela me olha.

- Ben – A voz de Gabi está enrolada – Ben, lindo Benjamim.

- Está tudo bem Gabi?

- Sim tudo bem – Ela faz uma pausa e posso ouvir o barulho por trás da conversa, ela está em alguma balada, sei pelo barulho e pelo fusuhorário.

- O que foi Gabi? Te conheço.

- Ah eu sei – Ela fala com um suspiro – Eu sei que você me conhece, tipo me conhece meeeesssmo sabe.

- Tá, fala o que foi?

- Eu estou saindo com outra pessoa – Ela fala de uma vez e sinto gelo percorrer a minha espinha. Assusto-me em não me sentir magoado, por algum motivo eu sempre soube que esse seria o nosso final.

- Desde quando? – Gustavo percebe a mudança na minha postura e começa a prestar atenção na conversa.

- Isso importa?

- Ah pode apostar que importa sim.

- Duas semanas – Posso ouvir um cara falando próximo dela.

- Só tenha certeza de que ele é um cara legal Gabi, cuidado com o que você está fazendo com a sua vida.

- Ben, você não vai gritar, me xingar ou algo do tipo? Porque estamos juntos.

- Estávamos – Rebato – Estávamos, e você deixou bem claro que não estávamos tão bem assim.

- Você está com outra? – Sua voz treme, tenho que rir, ela pode estar com outra pessoa e eu não? Gabi sendo Gabi.

- Não Gabriela, mas é porque eu tenho coisas demais na minha cabeça com a faculdade. Eu só esperava que você tivesse um pouco mais de consideração por tudo o que vivemos juntos e não me ligasse para falar que acabamos depois de estar transando com outro cara

- Mas eu não transei com ele Ben.

- Entendi – Respiro fundo – Você está me ligando para se sentir livre para ir para cama com outro cara, me faça um favor? Transe com ele até me esquecer, porque a partir de hoje Gabi, não temos mais nada para conversamos.

- Benjamim, eu... – Ela começa a falar no mesmo momento que Gustavo puxa o celular da minha mão. Se não fosse ele eu ficaria puto, mas sei que é impossível conte-lo.

- Gabriela – Ele esbraveja no celular – Que porra você tá fazendo? – Não posso ouvir o que ela fala, mas pela expressão dele, percebo sua irritação.

- Tá – Ele fala – O pai vai saber que você está aí só fazendo farra e indo pra cama com esses idiotas sem cérebro que você anda- Uma pausa – Não me interessa. Não quero saber. Você... ah menina sua idiota. Que seja Gabriela, pelo menos use camisinha e sabia a merda que você tá fazendo. – Outra pausa – Ben? Não vou falar com você sobre ele nunca mais. Não... eu já falei que não, Gabriela, ah vai pro inferno com esse som dos infernos no fundo eu estou de ressaca e não preciso ficar aqui ouvindo merda. Liga pra mãe e fala com ela, tchau. – Ele desliga o telefone e me devolve - Garota mimada do inferno – Ele me olha apreensivo – Que merda cara, eu não sei o que falar.

- G – Pego meu celular e bloqueio o telefone dela para que não receba nenhuma de suas mensagens – Eu só gostaria que ela tivesse sido sincera comigo desde o começo, mas fazer o que, eu pensei que ficaria chateado, mas sei lá, estou tranquilo.

- É porque você não gostava mais dela, muitos anos se passaram, aquele amor juvenil acabou.

- Pois é.

- Pensa pelo lado positivo, agora você vai poder flertar com a garçonete o quanto quiser. – Em reflexo a suas palavras olho para Marcela que está digitando em seu celular.

- É quem sabe.


Entre o medo e as estrelas - Série Perfeição Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora