Capítulo 28

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**Marcela**

O dia foi maravilhoso, pude conhecer mais das pessoas que rodeiam a vida de Ben e me encantei por elas, fico me perguntando o porquê de sua mãe não estar com eles e percebo que raramente ele fala dela. Estamos voltando, a estrada está tranquila. Já está anoitecendo, pela primeira vez penso em pedir para Ben entrar e ficar comigo, mesmo que não façamos nada eu preciso ficar um pouco mais com ele. Quando ele estaciona em frente ao prédio avisto Laura em frente ao portão. Ela está chorando. Não espero Ben desligar o carro por completo e vou ao encontro dela.

- O que aconteceu?

- Eu não tenho mais a quem procurar Marcela, eu preciso de ajuda – Nitidamente abalada Laura treme entre lágrimas.

- Clara? – Questiono e Ben está ao meu lado rapidamente – O que aconteceu?

- Ela piorou, sente muitas dores de estomago, no posto dizem que não podem fazer nada, no hospital municipal fiquei esperando por 6 horas para ela ser atendida e me falaram que poderia ser uma alergia alimentar e me mandaram dar apenas alimentos leves.

- Onde ela está? – Ben fala tomando a minha frente.

- Em casa com uma vizinha eu vim para tentar falar com você Marcela, você está sem celular então estou esperando aqui a horas, rezando pra você chegar, eu sei que você também está dura, mas eu preciso saber se você não consegue me ajudar a pagar uma consulta, eu pedi adiantamento para o Nunes mas ele se recusou, estou desesperada – Oh Deus, ela está me esperando a horas, o desespero dela me atinge, sei que não tenho dinheiro, mas preciso fazer alguma coisa.

- Vamos, entrem no carro – Ben me puxa – Me fala o endereço de onde ela está.

- Oh Graças a Deus – Laura chora correndo com Ben para o carro. – Em alguns minutos estamos diante de uma casa velha. Laura corre pela porta e vai em direção ao quarto. Podemos ouvir o choro de Clara da cozinha, Ben corre em direção ao quarto.

- Ei princesa – Ele se senta ao lado da cama e afaga seus cabelos – Me fale o que você está sentindo.

- Dói – A pequena chora e Laura soluça ao meu lado – Minha barriga dói.

- Ela está sentindo dores há quanto tempo?

- A mais de um mês, mas falaram que era apenas uma virose. – Laura entrelaça os dedos aos meus

- Ela teve febre?

- Sim – Laura se aproxima dele.

- O que mais além da dor e da febre?

- Diarreia.

- Ela está se alimentando bem?

- Não, ela está sem apetite, faz uns quinze dias que não consigo fazê-la comer direito – Ben passa os braços por baixo da pequena Clara e levanta com ela em seu colo.

- Quantos anos ela tem?

- 6.

- Vamos! – Ben passa por nós – Pegue os documentos dela e os seus, vamos leva-la para um hospital.

- Mas eu já fiz isso – Laura chora.

- Eu vou leva-la para outro hospital, a sua filha tem sintomas de uma inflamação intestinal, mas eu não posso dar certeza sem analisar os exames.

- Oh meu Deus!! – Laura se desespera.

- Não se preocupe ok? – Ele se volta para minha amiga – Ela vai ficar bem. – Com Clara nos braços Ben atravessa a casa, corro na sua frente e abro a porta traseira para que ela possa colocar a pequena que chora de dor, Laura corre para sentar junto da filha, quando entro no lado do passageiro, Ben já está com o carro ligado, o celular no ouvido.

- Alô – Ele fala ao telefone – Meu nome é Benjamin Albuquerque eu preciso saber se o Dr. Carlos Andrade pediatra está atendendo hoje. – Uma pausa – Sim. Não. Eu tenho uma paciente com muita dor, mas eu quero garantir que ele atenda a menina. Chame-o e fale que eu estou na linha. É importante. – Um grito de dor de Clara ecoa pelo carro e Ben acelera ainda mais. – Dr. Carlos, sim sou eu. Preciso da sua ajuda, vou dar entrada com uma paciente pelo pronto socorro em menos de 10 minutos preciso que você faça esse atendimento. – Mais uma pausa – Se não fosse o caso eu não te chamaria. Eu resolvo isso. – Começo a ficar agitada com a conversa dele com tal Dr. - Eu vou fazer isso. Obrigado.

- O que aconteceu? – Questiono.

- Ela vai ser atendida por um dos melhores médicos pediatras do país. Estou garantindo que não tenhamos mais nenhum problema.

- Mas Ben, não temos convênio – Lura fala aflita do banco de trás.

- Não se preocupe – Olho para o homem ao meu lado e se em algum momento eu tive dúvidas dos meus sentimentos por ele, elas haviam sido totalmente desfeitas, eu o amo. Amo o seu caráter, amo a sua sensibilidade, amo a sua forma de se importar com os outros, amo como ele sempre me olha como se tudo fizesse sentido, amo como me sinto bem em estar com ele, amo a leveza que ele traz pra minha vida, amo sentir o corpo dele responder ao meu como ele faz. Sinto como se ele pudesse levar até as estrelas.

Entre o medo e as estrelas - Série Perfeição Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora