Capítulo 35

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**Ben**

Não sinto nada, meu corpo está entorpecido, a garrafa de vodca que se espatifou contra a parede ajudou um pouco. Tudo parece estar dormente, meus olhos ardem, nunca chorei como se o meu mundo tivesse acabado. Nem quando meu pai morreu, eu sofri naquela época, mas a dor de olhar pra mulher que você ama e vê-la dizer que não ter quer, mesmo depois de você falar com todas as palavras que a ama é pior do que qualquer dor física. Porra! Porque besteiras como dinheiro pode ser mais importante pra ela do que estar comigo? Por um momento eu pensei que ela me amava, mas me enganei.

- Pega aqui – G parece ao meu lado, me entrega um copo cheio de whisky, olho para a varanda do apartamento onde a um dia atrás eu estava fazendo amor com ela – Bebe, vai te ajudar.

- Como você sabe que eu estaria aqui?

- Eu te segui.

- Desculpa?

- A merda Ben, você saiu feito um maluco eu só queria garantir que você iria ficar bem.

- Você ouviu a nossa conversa?

- Ah não cara – Ele dá um gole no seu copo – Ei fiquei fora do estacionamento, é coisa particular de vocês, mesmo sabendo que você iria me contar depois, mas aí você me contaria o que está disposto a dividir e isso pra mim é o bastante.

- Obrigada – Dou um gole no meu copo.

- Sempre irmão. Mas então, já era mesmo?

- Já!

- Mas ela explicou o lance do carro e do cara? Porque alguma coisa está acontecendo, aquele cara não me é estranho.

- Ela só me falou que precisou vender o carro, não explicou o por que.

- Que merda, mas por isso o rompimento?

- Não, G. Ela não me quer.

- Opa – Ele se volta pra mim – Ela não age como se não te quisesse, pelo menos não pelo que eu vejo.

- Ela disse que não quer a mesma coisa que eu, mesmo depois de eu dizer que a amo.

- Ah merda – Ele passa as mãos pelo cabelo – Eu não sei o que dizer Bem.

- Não tem nada para dizer G. Acabou. Me ferrei. Eu gosto dela de verdade, mas não deu, ela prefere manter a vida fechada e não me deixar entrar, eu fiz o que eu pude.

- Eu não tenho a mínima dúvida disso. Mas e agora?

- Agora vida que segue – Respiro fundo, sabendo que essa é a maior mentira, a minha vida não seguirá, ela passará por mim, até eu conseguir me livrar da falta que eu sinto dela, isso se um dia esse sentimento sumir. – Vou cair de cabeça no internato e depois na residência.

- Balada?

- Nem fodendo – Bebo mais um gole.

- E você vai vir morar aqui mesmo?

- Sim, isso não muda. O que a Marcela me fez pensar não muda, eu preciso começar a viver por minha conta, sair da casa da minha mãe vai me ajudar e pensar com mais clareza nas coisas, o dinheiro que recebi da herança dos meus avôs e do meu pai cobrem todos os meus custos até a formatura, não preciso esquentar a cabeça com isso.

- Fico feliz. Já falou com a sua mãe?

- Em breve.

Entre o medo e as estrelas - Série Perfeição Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora