**Ben**
Outras pessoas estariam chorando de dor e fazendo escândalo por causa de um ferimento daqueles, mas ela está firme em continuar a trabalhar e algo dentro de mim se rasgou. Doí imaginar que ela precisa se esforçar tanto para sobreviver. Fico em silencio mais uns quinze minutos enquanto G come seu lanche e me observa sem falar nada. Apenas olho ela trabalhar, andar de um lado para o outro, sempre com o sorriso no rosto, mesmo com dor.
- Eu preciso ir – Falo me levantando rapidamente.
- Não terminei de comer ainda – G fala – Que foi?
- Eu preciso fazer uma coisa, você pode voltar de Uber?
- Claro, mas o que foi?
- Depois te explico, paga a minha água aí – Falo sem dar oportunidade para G responder. Volto para meu carro e vou direito para a clínica que minha mãe trabalha, por trabalhar com cirurgia plástica eu sei que ela vai ter o que eu preciso. Não há nenhuma farmácia no shopping.
Passo pela recepção e a recepcionista sabe quem sou. Apenas me cumprimenta e indica que minha mãe está em consulta, ainda bem. Não quero falar com ela, vou direito para a sala de suprimentos. Bingo! Encontro o que preciso. Atadura, soro, e pomada de sulfadiazina de prata. Pego uma sacola, coloco tudo o que posso precisar e vou em disparada para a porta.
- Benjamin – Minha mãe faz parar – O que você está fazendo?
- Eu preciso dessas coisas – Falo me voltando para ela – Uma amiga se queimou e vou fazer um curativo.
- E você não tinha tempo para me dar um oi?
- Desculpe mãe, mas ela está no trabalho e preciso aproveitar o intervalo dela.
- Se ela se machucou a ponto de precisar de um curativo não deveria estar trabalhando.
- Eu sei, mas é complicado – Me aproximo dela, beijo-lhe o rosto – Eu preciso ir mãe, depois eu reponho o que peguei.
- Não precisa – Ouço minha mãe dizer enquanto me afasto.
Assim que apareço na porta da cafeteria me espanto em ver que G ainda está sentado no mesmo lugar.
- Eu sabia – Ele fala quando me aproximo dele – Você vai fazer o curativo dela.
- É uma queimadura de segundo grau G.
- Eu sei – Ele fala – Ela acabou de entrar na pausa, a ouvi falar com a outra atendente, mas ainda não saiu sinal que está em algum lugar lá dentro – Não falo nada, ando em direção ao balcão à procura dela.
- Preciso falar com a Marcela – Me direciono para a outra atendente.
- Ela está na pausa – A loira me visivelmente curiosa.
- Eu sei, vim para ajudá-la – Levanto o saco que está nas minhas mãos – Ela precisa cuidar do ferimento.
- Ah Deus – Ela arregala os olhos – Inferno, venha aqui comigo. – Ela anda para uma porta na lateral do café que dá acesso a cozinha. Sigo seus passos até meus olhos encontrarem Marcela sentada em uma pequena mesa, mexendo no celular não percebe que entramos.
- Entrega pra você M's – A loira fala me dando passagem. Marcela me olha surpresa.
- Ben! Mas o que você está fazendo?
- Vim cuidar de você – Me aproximo dela, puxo a cadeira ao seu lado, e pego sua mão entre as minhas. – Eu sabia que você não iria atrás disso, não tem farmácia nesse shopping, se você tem apenas 20 minutos não conseguiria ir e voltar sem se atrasar.
- Eu... – A surpresa ainda permanece em seu olhar.
- Só me deixe cuidar disso ok? Eu vou cuidar de você.
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Entre o medo e as estrelas - Série Perfeição Livro 2
RomanceMarcela é uma jovem que desde de pequena aprendeu a se virar sozinha, determinada ela busca viver a vida de uma forma que deixaria seu pai orgulhoso, ela sabe o que é ter que ralar duro para manter um teto sobre a cabeça. Ben é um rapaz prodígio qu...