Rafael Marques
-Ta afim de ir pra onde hoje? - Pergunto pro Vitor que não para de tagarelar no banco do passageiro.
-Não sei irmão, tava pensando de ir em uma tabacaria, que cê acha? - Pergunta mexendo no celular.
-Tanto faz. - Respiro fundo lembrando da briga que acabei de ter com meu pai.
-Não fica assim irmão, o Jonas vai se tocar que você ta se esforçando sim. - Jonas é meu pai, bom deveria ser né, ele mais uma vez veio com o discurso moralista pro meu lado, falando que eu não me esforço na faculdade e mais bla bla bla.
-Ele é um merda. - Digo ligando o rádio do meu carro.
-Olha ali. - Fala apontando pra uma lanchonete.
-Que que tem? - Pergunto desacelerando.
-Tem duas gatinhas ali. - Ele fala animado.
-Quer ir la? - Pergunto e ele me olha com um sorriso que quase não cabe no rosto.
-Bora. - Aumento o som do rádio enquanto dou a volta no quarteirão para poder estacionar o carro.
Descemos do carro, tranco o mesmo e vamos em direção as garotas.
-Boa noite senhoritas. - Vitor fala e elas nos olham em questionamento. - Eu e meu amigo aqui. - Ele da um tapinha na minha costa. - Gostaríamos de saber se vocês não nos deixariam sentar aqui com vocês. - Ele falava de uma forma tão formal que nem parecia ele. - Deixam? - Pergunta sorrindo.
A menina mais loira olha pra morena e elas nos olham em sincronia.
-Podem. - Ela fala e Vitor já se apressa em sentar do seu lado. - Sou Isabella, mas podem me chamar de Isa. - Fala sorrindo. - E essa aqui é minha amiga Meline. - Fala e a garota ao meu lado só da um sorrisinho.
-Sou Vitor e esse é meu amigo Rafael, mas pode chamar ele de Rafa. - Ele fala e damos risada.
O tempo foi passando e trocamos um papo bem bom, já tinhamos pedido nossos lanches e a garota ao meu lado ainda continuava mais quietinha.
-Depois daqui nós estávamos pensando em ir em uma tabacaria, se quiserem ir. - Vitor fala e a Isabella sorri.
-Eu adoro tabacaria! Nós vamos sim. - Fala animada.
-Isa eu não vou não. - Meline fala ao meu lado.
-Por quê? - Vitor pergunta antes de eu poder me pronunciar.
-Não me dou muito bem com esses lugares. - Ela sorri de lado.
-Amiga! Vamos, vai ser legal. - Ela a olha com as sobrancelhas arqueadas.
-Tudo bem, mas não posso voltar tarde. - Diz bebendo seu suco que eu acredito que seja de laranja.
-Te deixo em casa antes das onze. - Falo e ela sorri sem mostrar os dentes.
O celular de Meline toca e ela deixa a mesa, percebo que Vitor e Isa já se deram super bem.
-Rafa, nós vamos dar uma volta, não saiam daqui. - Vitor fala se levantando com a loira.
-Cuide da minha amiga ouviu? - Isabella fala e eu concordo.
-Vão ir com meu carro? - Pergunto e Vitor nega.
-Vamos caminhar por aqui mesmo. - Isa fala o puxando e esbarrando em Meline que voltava pra mesa. - Amiga já volto. - Fala e ela concorda voltando a se sentar do meu lado.
-Ta tudo bem? - Pergunto me referindo a ligação.
-Sim, era só meu pai. - Sorri ainda sem mostar os dentes.
-Você é bem na sua né? - Pergunto e ela concorda agora mostrando os lindos dentes.
-Sou sim. - Fala bebendo seu suco novamente. - Quer? É de maracujá. - Errei!
-Quero sim. - Pego o copo da mão gelada da garota e experimento do seu suco. - Azedo! - Falo assim que bebo o líquido.
-Ah esqueci de falar que é sem açúcar. - Ela da risada enquanto me contorço com o azedo da fruta.
-Que relógio bonito. - Reparo em seu pulso fino.
-Obrigada, ganhei da Isa no meu aniversário. - Fala.
-É bem bonito. - Sorrio e ela me acompanha.
-Um dia nós podemos marcar de sair, hoje eu to meio indisposta, por isso to tão na minha. - Fala sorrindo de lado.
-Claro, pode me passar seu número? - Pergunto já me apressando em pegar meu celular e dando em sua mão.
-Prontinho. - Fala me devolvendo.
-A gostosa da lanchonete? - Leio como ela salvou o contato e ela cai na gargalhada. - Você parece ser incrível mesmo. - Falo e ela ruboriza.
-Obrigada. - Fala. - Você também não é nada mal. - Diz sorrindo.
-Obrigado. - Agradeço, tento me aproximar mais dela.
-E aí vamos pra tabacaria? - Vitor nos pergunta voltando com Isabella, ambos com as bocas vermelhas.
-Vamos. - Dou risada.
No carro, Meline foi ao meu lado e Vitor e Isa foram lá atrás, já que não paravam de se agarrar.
-Vamos em qual? - Pergunto.
-Na nova. - Vitor fala.
-É do outro lado da cidade cara. - Falo e ele me olha com um sorriso pidão. - Tudo bem, não encham a cara por favor. - Peço a todos do carro, mas só Meline me responde.
-Eu não bebo, só vinho. - Fala e eu dou um sorriso.
Assim que chegamos lá, depois de uns vinte minutos dentro do carro, sentamos do lado de fora da tabacaria, já que lá dentro já estava cheio, Vitor alugou um narguile de e colocou no centro de nossa mesa, o arrumei com o carvão e a essencia enquanto Vitor e Isabella ficaram responsáveis por buscar nossos tchays.
-Você fuma frequentemente? - Meline me pergunta assim que sento ao seu lado com a mangueira na mão.
-Acho que sim, algumas vezes na semana, e você? - Pergunto puxando a fumaça da mangueira e a soltando pra longe, vai que ela não goste.
-Antes sim, quase todo dia, mas acho que já faz uns três meses que não. - Diz dando de ombros.
-Mas você parou por escolha mesmo? - Pergunto e ela nega.
-Foi meio forçado mesmo. - Fala e eu a olho em duvida. - Eu fiquei internada por um tempo depois que... - Ela é interrompida por Isabella.
-De novo Meline? - Pergunta brava.
-Desculpa. - Fala e eu ofereço a mangueira a ela, ela olha pra mangueira e olha pra mim. - Tenho câncer no pulmão esquerdo, não posso com fumaça. - Fala me deixando surpreso.
-Vou dar uma volta. - Isabella fala saindo da mesa.
-Droga. - Fala ao meu lado.
-Vou atrás dela. - Vitor diz saindo.
-Você ta bem? - Pergunto a observando.
-Estou sim, obrigada. - Fala e respira fundo.
-Então ta bom. - Falo pondo seu cabelo atrás da orelha.
-Se eu já te pedir um favor, vai me achar louca? - Pergunta e eu nego sorrindo. - Vocês podem não nos esquecer? - Ela me pergunta e eu não entendo.
-Como assim? - Pergunto.
-Todos que conhecemos, nos deixam, e Isa não aceita mais isso, e eu não quero a decepcionar, ela é a única pessoa que não me abandonou. - Fala e eu fico sem saber o que fazer, então só a abraço.
Sinto que talvez nós dois estávamos precisando disso e ter alguém novo na minha vida, talvez seja bom.
***Me sigam para novidadess
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amando a dor.
FanfictionRafael se via perdido no caos em que vivia, até conhecer Meline, uma garota frágil que aos plenos 19 anos queria aproveitar o máximo da vida, já que sua doença a corroía cada dia mais.