Capítulo 5.

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Meline Barbosa

Acordo vendo o lugar ao meu lado vazio, eu sabia que depois de tudo ele não olharia mais na minha cara.

Me encolho junto do edredom sentindo minhas lágrimas escorrendo, era óbvio que ele seria igual aos outros.

Alguém bate na porta, provavelmente a Isa, não respondo e nem me viro pra ver quem é, me mantenho na mesma posição.

-Nós viemos acordar a mamãe! - A voz de Rafael soa de forma fofa me fazendo virar, vendo ele com o coelho em mãos. - Você tá chorando? Por que você tá chorando? - Ele pergunta se sentando ao meu lado e pondo a Callie nas minhas pernas.

-Voce tá bem? Quer que eu ligue pra Isa? - Ele continua perguntando enquanto eu tentava parar de chorar.

-Não precisa. - Digo me abraçando ao seu corpo e pegando Callie nos braços.

Ele beija o topo da minha cabeça e acaricia meu cabelo.

-Espero que não tenha se importado de eu ter dormido aqui, eu acabei pegando no sono. - Ele diz e um sorriso surge em meus lábios, ele é um amor.

-Não tem problema nenhum Rafinha. - Digo e ele beija o topo da minha cabeça novamente.

-Eu tô sentindo que a gente vai se dar muito bem.

-Eu também. - Digo e sinto um cheiro estranho que quebra todo o clima. - Ta sentindo esse cheiro de queimado? - Pergunto e ele abre os olhos desesperadamente.

-O bolo! - Ele diz e levanta rápido da cama.

Me levanto indo atrás dele com Calliope em minhas mãos, chego na cozinha e vejo ele com uma forma saindo fumaça.

-Eu fiz bolo, mas queimou. - Diz desapontado.

-Você fez bolo pra nós? - Pergunto e ele sorri de lado.

-É, mas queimou. - Dou risada de sua cara preocupada.

-Tudo bem, deixa aí que depois eu vejo o que eu faço. - Falo indo pra sala guardar a Callie.

-Não vai ficar brava né? - Ele diz chegando na sala.

-Não Rafinha, tá tudo bem. - Digo e ele sorri aliviado.

-Nós podemos tomar café em uma padaria perto de casa, mas preciso passar lá antes, pra trocar de roupa. - Ele fala e eu concordo.

-Espera aí, só vou me trocar. - Digo indo pro meu quarto.

Coloco uma roupa confortável e vou de encontro a ele que estava sentado no sofá da sala.

-Você tá linda. - Ele fala me tirando um sorriso.

-Obrigada. - Digo me sentando ao seu lado. - Obrigada por tudo ontem, eu adorei. - Falo e ele sorri.

-Eu que te agradeço, sua companhia foi maravilhosa. - Ele fala se levantando. - Vamos? - Estica a mão em minha direção e eu a seguro.

Entramos em seu carro e eu me permito a por o mesmo pen-drive da outra vez.

"Me diz o que cê viu no meu olhar,

Será que o imperfeito te agrada? Ou até seus defeitos eu aprendi a amar?"

-Você gosta de uns sertanejos melosos né? - Pergunto e ele da risada.

-Eu só gosto de música de apaixonado, o Vitor odeia quando anda comigo e é obrigado a ouvir. - Ele diz me fazendo rir.

-Imagino, a Isa é a mesma coisa quando eu ponho as músicas que gosto. - Digo e ele concorda.

Amando a dor.Onde histórias criam vida. Descubra agora