Rafael Marques
Eu estava deitado na cama do hotel e tentando raciocinar tudo o que aconteceu.
Eu não fiz nada errado.
Vejo o nome do Vitor no visor do meu celular, desligo a chamada. Tô sem cabeça agora.
Ele continua ligando até eu atender.
-Fala. - Digo bravo.
-Onde você tá?
-O que você quer? - Pergunto.
-Quero conversar, da pra passar seu endereço?
-Tô tranquilo Vitor. - Respondo e posso ouvir ele bufando do outro lado da linha.
-Passa logo caralho, eu sei que eu fiz merda.
-Vou mandar por mensagem seu corno. - Desligo e envio o endereço.
Em menos de vinte minutos a portaria já estava me avisando da chegada dele.
Abro a porta do quarto e vejo aquela cara lavada dele.
-Irmão me desculpa. - Ele fala antes mesmo de entrar no quarto.
-Entra aí. - Falo e dou espaço pra ele passar.
-Caralho eu fiquei cego mano, me perdoa de verdade. - Diz sentando na beira da cama.
-Tá de boa, mas eu tô chateadão com você e com a Mel. - Sento do lado dele. - Mano eu faço de tudo pra ver vocês bem e cês vem armado pra cima de mim.
-Foi mal mesmo. - Vejo a expressão chateada dele.
-Você tem que me ouvir antes de acreditar cegamente em tudo que a Isa fala!
-Pode deixar, eu vou parar com isso. - Fala enquanto gesticula com as mãos. - Você é a única pessoa que sempre fica do meu lado e eu dar um vacilo desses é feião, não vou te deixar por um namorinho.
-Tá tudo bem, se você já entendeu pra mim tá bom. - Digo e jogo meu corpo pra trás. - Ela era doente quando eu conheci ela, tinha todo tipo de problema, eu sei que agora não tem mais tumor, mas você acha que não é pra eu me preocupar?
-É, é sim, não é exagero.
-Pois é, mas ela não entende, eu sou completamente apaixonado por ela só que não dá pra eu estar com alguém que se incomoda por eu me preocupar, esse é o meu jeito de amar. - Digo e ele respira fundo.
-Fala isso pra ela.
-Ela não me escuta.
-Ela queria vir comigo pra se explicar, eu não deixei, mas talvez vocês devessem conversar o quanto antes pra resolver isso. - Paro pra pensar se era realmente ver ela ainda hoje.
Eu não sei se estava em condição emocional pra isso depois do que fizeram comigo.
-Amanhã eu resolvo isso, hoje eu só quero descansar a cabeça e parar de pensar um pouco nisso.
-Pode crer, então eu já vou indo, só queria te pedir desculpa. - Levanta da cama.
-É isso irmão, valeu aí. - Estico a mão pra ele bater e ele bate.
Vitor vai embora e eu me jogo na cama, talvez beber um pouco me fizesse esquecer os problemas essa noite.
Depois de um cochilo, eu peço um lanche pra recepção do hotel e um fardo de cerveja.
Por um dia, eu me lembro como era antes, eu e Vitor uma puta dupla dinâmica, bebendo cerveja e beliscando umas comidas pela rua. Sinto falta disso.
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Amando a dor.
FanfictionRafael se via perdido no caos em que vivia, até conhecer Meline, uma garota frágil que aos plenos 19 anos queria aproveitar o máximo da vida, já que sua doença a corroía cada dia mais.