Capítulo 37.

596 26 1
                                    

Rafael Marques

Eram quatro horas da manhã e eu não aguentava mais, eu tava morrendo de sono.

-Gente eu tô com muito sono. - Falo e o pai da Mel concorda.

-Eu também tô mano. - Vitor diz esfregando os olhos.

Ele veio pra cá ficar com a Isa e comigo desde que saí de casa.

-Você nem tá aqui a tanto tempo. - Isa fala e ele da risada.

-Minha costa tá acabada. - A mãe dela fala espreguiçando. - Olha, a doutora. - Aponta freneticamente pra esquerda.

Olho e ela vinha radiante, me diz que acordou por favor.

-Ela acordou gente! - Diz animada e todos nós comemoramos em alívio. - Já conferi se todos as funções estão bem e estão sim, ela tá pedindo pela Isabella inclusive. - Isa já se levanta apressada.

Vejo os pais de Mel se abraçando, achei que eles eram do tipo que não podem nem ficar muito tempo no mesmo lugar, talvez eu estivesse errado.

Eles já avisam a família e eu só fico esperando minha vez de ir ver ela.

Encosto a cabeça na parede e fecho os olhos pra descansar um pouco.

(...)

-Rafa. - Ouço a voz do Vitor e sinto ele me cutucando no braço.

Abro o olho com dificuldade por conta da claridade. Que horas são?

-Mano, ela já acordou né? - É a primeira coisa que pergunto pra ter certeza que não foi um sonho.

-Sim, e você capotou, já são sete horas. - Me levanto apressado e ele da risada.

-Por que você não me acordou? - Pergunto bravo.

-Sua mulher não deixou não, a gente falou que você deu uma cochilada e ela não queria te acordar de jeito nenhum. - Ela voltou graças a Deus. - Achei melhor te acordar agora porque jaja ela tem que dormir. - Concordo e já vou apressado falar com uma das enfermeiras que me guia até o quarto.

Paro na porta e respiro fundo, abro e vejo Isa conversando com ela.

-Rafa! - Ela fala animada e eu já sei que vou chorar de novo.

-Eu rezei tanto pra você ficar bem. - É a única coisa que eu consigo falar antes de começar a conversar e ir abraçar ela.

-Já tá tudo certo amor, agora eu tô livre disso. - Fala passando a mão no meu cabelo.

-Eu sei. - Digo fungando. - Eu te amo.

-Eu também te amo vida.

Me afasto dela e a Isa já não tá mais no quarto.

-Quando você sai daqui? - Pergunto animado e ela dá risada.

-Acho que amanhã mesmo, como não teve incisão nem nada... - Nem deixo ela terminar de falar.

-Ai que bom, eu não aguentava mais não ter você pra visitar, pra sair comer. - Ela continua rindo.

-Não deu quase nem dois dias.

-Eu não sei mais viver sem você. - Ela fica quieta me encarando e bate na cama pra eu sentar com ela, eu sento né.

-Eu também não. - Fala baixinho e eu abraço ela, era tão bom sentir ela aqui, nos meus braços.

-Quando você sair daqui a gente vai fazer uma viagem, pra onde você quiser, você escolhe tudo. - Vejo o sorriso dela de orelha a orelha aquecendo meu coração.

Amando a dor.Onde histórias criam vida. Descubra agora