Amando a dor.

Capítulo 18.

Rafael Marques

Hoje era um novo dia, não pude passar a noite com a Mel no hospital, mas daqui a pouco eu vou ir lá buscar ela. Não conversamos depois que ela expulsou todo mundo, só me despedi.

Essa situação toda é muito complicada, e nem sei como me sinto diante tudo isso, só sei que ela vai precisar de muito apoio e no que precisar eu vou ajudar.

(...)

Bato na porta do quarto e entro.

-Rafa... - Meline começa a falar. - Olha eu posso te explicar. - Eu devia ficar decepcionado?

-Relaxa, ainda vai ir embora comigo? - Pergunto ignorando totalmente o fato de que o ex dela estava beijando ela segundos atrás.

-Rafa, não precisa falar assim. - Ela fala levantando da maca.

Eu só queria dar um soco na cara dele e eu odeio briga.

-Você vai ou não? - Pergunto e ele dá risada.

-Pode vazar, eu deixo ela lá. - Ele fala e eu concordo.

Saio de lá e eu me sentia um idiota.

Entro no meu carro e bato a porta com força, eu sabia que me envolver não ia prestar.

Todos meus relacionamentos acabaram comigo tomando no cu.

Mas isso nem era um relacionamento né? Af quem eu quero enganar?
Se não era, eu via como um, eu sou um burro, Deus só faltou me mandar as orelhas de burro.

Ligo o carro e até desligo o rádio, porque eu sabia que se tocasse qualquer porcaria eu já ia ficar mal.

Saio com o carro e vou direto pra casa do Vitor, eu sei parece que eu sou a mulher da relação que vai pra casa da amiga depois de uma briga. Que relação? Eu sou um tonto minha nossa.

Aperto a campainha e ele abre o portão.

-Qual foi? Não ia falar com a Mel? - Ele pergunta assim que eu entro.

-É, eu fui lá, ela tava beijando o ex dela. - Falo e ele arqueia as sobrancelhas.

-Caralho, o traficante lá? - Pergunta e eu concordo. - Sai dessa mano, vai que dá merda.

-Eu gosto dela Vitor, você sabe. - Digo e ele revira os olhos.

-Você é muito emocionado. - Fala e é minha vez de revirar os olhos.

Meu celular toca, olho o nome dela no visor, eu queria tanto atender.

-Não vai atender? - Vitor pergunta e eu mostro o visor pra ele.

-Não, ela não tem que me explicar nada. - Falo dando de ombros e ele ri.

-Beleza Rafa, passa aqui as oito, vou te levar pra uma boate nova. - Avisa. - Você pode até chamar a Manu se quiser.

-Não, foi uma batalha tirar ela do meu pé.

-Se eu chamar a Isa fica chato? Mó saudade dela. - Diz e eu nego.

-Acho que ela topa. - Falo e ele manda um joia.

-Quer ver o jogo do tricolor?

-Não Vitor, tchau. - Falo dando risada. - Mas sério só precisava te contar, fiquei meio pá.

-Eu tô ligado irmão, hoje você esquece disso. - Diz dando uns tapinhas na minha costa.

(...)

Me olho no espelho, tô daora. Vesti uma camiseta florida e uma calça branca.

Pego o carro e vou pro Vitor, buzino e vejo pelos espaços do portão, ele vindo.