Capítulo 16.

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Meline Barbosa

-Voltei. - Falo vendo Rafa sentado ainda de cueca, será que ele quer continuar?

-A Isa tá bem? - Ele pergunta.

-Ah, até que tá. - Digo e ele sorri.

-Vitor me mandou mensagem falando que ela ligou pra ele. - Fala me estendendo o celular dele pra eu ler.

-Ela não me contou nada dele. - Falo.

-Olha aí, ela ligou porque não sabia aonde ela tava, pelo menos foi o que ela falou pra ele, aí ele guiou ela pelo celular, ela disse que não queria um uber e nem nada. - Ele diz e eu leio, ela deva tá bem mal.

-É melhor eu ir falar com ela de novo né? - Pergunto e ele concorda.

Entro no quarto dela e vejo ela capotada.

Volto pro meu.

-Já dormiu. - Falo e ele continua dando atenção pro celular. - Ei! - Digo enquanto pego o celular dele e ele arregala os olhos.

-Meline! - Fala tentando pegar o celular da minha mão e eu levanto pra dificultar. - To falando sério, me devolve. - Ele diz real sério, nunca vi ele assim.

Viro o celular e vejo, Manu, Manu?

-Manu? - Pergunto e ele põe a mão na testa. - "Ain se não for pra ir pra frente eu não quero continuar e pipipipópópó" - Imito o que ele tinha falado e ele revira os olhos.

-Para Mel, sério, eu nem saio mais com ela. - Diz pegando o celular da minha mão e bloqueando ele.

-Você não tem que me dar satisfação de nada, a gente não tem nada. - Falo e ele segura minha mão.

-Nada? - Pergunta e eu reviro os olhos. - Olha aqui. - Pega o celular e abre o contato da Manu que por acaso eu conhecia. - Pronto. - Fala excluindo. - Eu quero você e só você Mel. - Diz ficando mais perto de mim.

-Não precisava excluir, eu só quero que sejamos sinceros um com o outro. - Falo e ele sorri.

-Tá bom, agora somos livros abertos. - Ele fala selando meus lábios.

-Vai dormir aqui? - Pergunto.

-Pode?

-Pode. - Falo me ajeitando e me cobrindo.

-Vamos ver aquela série nova do netflix? - Pergunta entrando no netflix.

-Blood and Water? - Pergunto e ele concorda. - Coloca aí, tá na minha lista.

Começamos assistir, mas nem sei até que ponto fomos porque eu dormi rapidinho.

Acordei no outro dia e Rafa já tinha ido, acho que foi trabalhar ou sei lá.

Levanto e sinto um falta de ar muito forte, tento controlar minha respiração até pedir ajuda e vou indo na medida do possível pro quarto da Isa.

Ela tava sentada, acho que tinha acabado de acordar.

- Oi. - Fala sorrindo e eu não consigo falar nada, só gesticulo e ela entende que eu não tava bem. - To pedindo o uber, calma. - Diz apavorada enquanto mexe no celular de forma rápida.

Minha visão já tava começando a ficar turva, eu tenho certeza que tomei todos os comprimidos certos.

-Ta a dois minutos, vem. - Ela diz me dando a mão e pegando minha mão.

É, vamos de pijama mesmo.

O uber foi o mais rápido que conseguiu e assim que chegamos minha vista apagou por completo.

Amando a dor.Onde histórias criam vida. Descubra agora