Capítulo 29.

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Meline Barbosa

O caminho todo ele começava a tentar se explicar e eu tinha que mandar ele calar a boca se não eu explodiria aqui mesmo.

Assim que eu abro a porta, ele já vai direto ver a Calliope.

-Eu tava com tanta saudade dela. - Fecho a porta e me apoio nela. - De vocês duas. - Levanta vindo na minha direção.

-Rafael, olha...

-Não, não me chama de Rafael, você sempre me chama de Rafa, de Rafinha. - Fala manhoso e eu não podia me deixar cair nos encantos dele.

-Vai tomar um banho e depois a gente conversa. - Vou até o sofá e ele fica me encarando. - Vai logo, antes que eu desista.

-Vem comigo, tô com saudade de você. - Diz me estendendo a mão e sorrindo de canto.

-Eu não vou com você Rafael, anda logo. - Ele bufa e cruza os braços. - O que foi?

-Eu sempre sedo com você, mas você não, você é sempre dura comigo. - Fala aparentemente irritado.

-Ah, eu sou dura? Devo ser mesmo, você me fez de idiota e mesmo assim eu voltei pra conversar com você, mas com certeza eu sou um monstro. - Levanto ficando frente à frente com ele.

-Eu não disse que você é um monstro, mas você é muito dura sim. - Insiste.

-Olha, eu não vou passar raiva por sua causa de novo tá ok? Então se você quer conversar você entra na merda daquele banheiro agora. - Falo apontando pra porta do banheiro e ele revira os olhos.

Se vira e entra no banheiro, respiro aliviada. Se ele fosse embora eu iria ficar chateada.

Sento no sofá e ligo em qualquer canal só pra passar o tempo.

Começo a pensar se ele era a pessoa certa, eu sou muito nova, e se meu amor estiver programado só pra depois dos trinta? E se o Rafael for o segundo amor da minha vida? Existe isso?

-Onde tá as minhas roupas? - Tento não olhar pra ele só em uma toalha, mas era quase impossível, eu tava na seca de sexo.

-Na última gaveta da esquerda. - Falo óbvia.

-Eu não achei.

-Se eu for lá e achar, te dou um soco. - Homem é um ser muito incompetente pra achar as coisas né? Minha vida toda eu fui cercada dessa espécie burra.

Entro no quarto, abro a gaveta e mexo lá.

-Camiseta. - Entrego pra ele, que estava atrás de mim.

-Vou ficar só de camiseta? - Pergunta debochado.

-Calma caralho, tô procurando, não tá vendo?

-Vixi, tá de mau humor hoje? - Pergunta abaixando do meu lado.

Meu sangue ferve, minha vontade era empurrar ele com tudo no chão, mas eu não ia fazer isso.

-Meia. - Entrego pra ele.

-Que bagunça.

-É, porque eu falei pra você separar uma gaveta pra você, mas você escolheu por na gaveta da bagunça, a mais funda que tem.

-Agora a culpa é minha?

Empurro ele no chão e subo em cima dele.

-Cala a boca.

-Eu sabia que você não ia me resistir. - Fala mordendo o lábio e eu sentia meu corpo todo esquentando.

Acerto um tapa forte no seu rosto e ele me olha bravo.

Amando a dor.Onde histórias criam vida. Descubra agora