CAMINHÁVAMOS NUM RITMO normal, nem tão apressado e nem muito morto, pelas ruas movimentadas de Manhattan. As pessoas que passavam por nós nem ao menos nos olhavam, e eu estava agradecida por isso.
Ele colocou a mão sobre a minha como se estivesse me confortando, e abaixei a cabeça, prestando atenção no asfalto. Ele sabia. Sabia da história toda.
— Algumas pessoas não conseguem ver seus filhos se tornando algo que eles tentaram esquecer, e por isso fogem.
A certeza que ele carregava na voz era tão palpável que chegava a acender uma pequena chama de esperança dentro de meu peito.
O celular em meu bolso de trás vibrou e eu o atendi. Antes que pudesse dizer alguma coisa, ouvi a voz de meu irmão berrar do outro lado da linha:
"Onde diabos está você?"
Expirei fortemente.
— Manhattan.
"Pensei que você viesse me buscar para irmos juntos, Helena!" ele parecia chateado.
Merda, agora vou ter que mentir novamente para ele.
— Eu sei, Jazy, mas vim pra cá por causa do trabalho, não para me encontrar com Max.
O ouvi suspirar como se não estivesse nos melhores dias para brigar comigo, e disse:
"Um tal de Fitch veio te procurar em casa hoje de manhã, e disse que você não tinha ido trabalhar."
Aquele filho da...
— Eu estou trabalhando, Jason. Se ele ligar ou me procurar novamente, diga para ligar no meu telefone.
"Ok." Silêncio. "Vou pegar o primeiro ônibus para Manhattan, e te encontro na frente do prédio de Max, pode ser?"
— Pode. Quando chegar me avise.
"Sim. Até logo."
E a ligação caiu.
Max Ploug era meu alvo naquele momento, mas antes de qualquer coisa, tinha de resolver meus problemas com Edward e ir para a bendita reunião.
— Chegamos. – ouvi Ezra dizer, e abrir a porta da entrada de um prédio escuro, exatamente à duas quadras de distância do hotel. Eu sabia a distância, pois do lugar que me encontrava conseguia ver o movimento na entrada dele.
Entrei e um aroma de lírios me surpreendeu. Uma mulher de cabelos loiros platinados e olhos gentis nos encaminhou para o elevador e nos disse para desentrelaçar os braços já que a proximidade não era uma coisa que os outros caçadores aprovariam.
Que outros caçadores?, quis perguntar.
Quando o elevador parou alguns minutos depois e as portas se abriram, pude entender o porque da mulher dizer que a proximidade incomodaria os caçadores.
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A Caçadora
RomanceHelena Jameson é de fato uma adolescente fora dos padrões. Não tem amigos, não se enturma, e nunca deixa que as pessoas se aproximem demais por causa de seu segredo sombrio. Ela é, na verdade, uma caçadora de criaturas místicas. E estar apaixonada p...